São Paulo, sexta-feira, 19 de junho de 2009

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Em dia de protesto, Faculdade de Direito da USP fecha portas

Segundo documento afixado na frente da unidade, objetivo foi evitar danos durante passeata pró-greve na universidade

Manifestantes andaram da av. Paulista até o largo São Francisco pedindo a saída da reitora e eleições diretas para o cargo; ato foi pacífico


Eduarod Knapp/Folha Imagem
Estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp em protesto nas ruas de SP

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A tradicional Faculdade de Direito da USP amanheceu ontem de portas fechadas. O motivo: uma passeata de alunos, professores e servidores de USP, Unesp e Unicamp, que teria o prédio como destino final.
O grupo, que saiu da av. Paulista em direção ao largo São Francisco (centro de SP), onde fica a faculdade, protestava contra a presença da PM no campus da USP e pedia a saída da reitora Suely Vilela. A reitoria não quis comentar o ato.
O fechamento das portas, dizia um documento afixado na frente da Faculdade de Direito, visava à proteção das pessoas e do patrimônio da faculdade. Até provas foram desmarcadas.
Mas a passeata, que chegou por volta das 15h ao local, foi pacífica. Um incidente aconteceu antes de o grupo chegar ao largo São Francisco, quando o morador de um prédio na esquina das avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio atirou garrafas de vidro, ovos e outros objetos na multidão. Uma estudante identificada como Natália foi atingida na cabeça e levada para um hospital, onde recebeu pontos. Um estagiário de direito de 25 anos, apontado por testemunhas como o morador que atirou os objetos, foi levado à delegacia.
Ao final do protesto, por volta das 18h, alguns estudantes que permaneciam no local atearam fogo -apagado por policiais- a um cavalete de trânsito. Não houve confronto.
A manifestação começou por volta das 12h, em frente ao vão livre do Masp, e seguiu pelas avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio.
Não se chegou a um consenso sobre o número de participantes. Para o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), eram 8.000; a Adusp (Associação dos Docentes da USP) afirma que eram 4.000. A PM diz que eram 3.000.
Os estudantes, funcionários e docentes portavam cartazes com dizeres contra a reitora da USP e pediam eleições diretas para o cargo.
Desde o último dia 5, professores e alunos da universidade estão em greve, em resposta à entrada da PM no campus para cumprir um mandado de reintegração de posse de prédios bloqueados por funcionários, em greve há 46 dias. Na terça retrasada, após um ato na USP, PMs entraram em um confronto com alunos e servidores, deixando um saldo de dez feridos.
Em frente à faculdade de direito, o jurista Fabio Konder Comparato, professor aposentado da USP, discursou pedindo a saída da reitora: "Quando não há mais confiança entre os que dirigem e os que são dirigidos, os que dirigem devem sair". Em entrevista à Folha semana passada, a reitora afirmou que não deixará o cargo.
Segundo a PM, 270 policiais acompanharam o protesto, que fechou todas as faixas da Paulista, no sentido Paraíso, e todas da av. Brigadeiro Luís Antônio. Às 16h, a CET registrou 91 km de lentidão (a média para o horário é de 75 km).


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