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Blitze mudam hábitos dos cariocas
Operações ocorrem diariamente na cidade; no Estado, 43 mil pessoas já foram multadas desde março de 2009
Taxista diz que, nos fins de semana, faturamento cresceu 50%; em dia de jogo do Brasil, blitz começa mais cedo
BRUNA FANTTI
DO RIO
Desde o início das blitze da
lei seca no Rio, em março de
2009 até a madrugada de ontem, cerca de 43 mil pessoas
já foram multadas e 988 motoristas pegos alcoolizados
foram encaminhados para as
delegacias da região metropolitana.
Com isso, foram registrados 5.037 acidentes a menos
no Estado.
As operações são realizadas diariamente na cidade.
Nem mesmo na última terça,
dia do primeiro jogo do Brasil
na Copa, os fiscais saíram
das ruas. Pelo contrário, as
operações começaram mais
cedo e o saldo foi de 126 multas e 56 carteiras apreendidas
-índice médio de uma noite
de sábado.
A rigidez e a grande quantidade das operações estão
mudando os hábitos dos cariocas. A espera por um táxi
chamado nas madrugadas
de sábado nas principais
cooperativas da cidade, que
costumava ser rápida, agora
pode levar meia hora.
Isso, com sorte. Muitas vezes as atendentes das centrais ligam para informar que
não há táxis disponíveis.
Walter Martins, 52, taxista
há 22 anos, afirma que o seu
faturamento cresceu em pelo
menos 50% nas noites do final de semana. "As pessoas
se deram conta que é melhor
pagar R$ 50 de táxi do que
quase R$ 1.000 de multa",
disse, referindo-se à multa de
R$ 957,70 prevista para os
motoristas que forem detidos
embriagados.
Para a professora de saúde
pública da pós-graduação
em enfermagem da UFRJ
(Universidade Federal do Rio
de Janeiro), Ângela Mendes,
as fiscalizações foram determinantes para a redução de
acidentes. "No meu doutorado pesquisei os reflexos da
Lei Seca e percebi que o carioca mudou os hábitos com
receio das multas. Isso repercutiu na diminuição de vítimas fatais. Só no primeiro
ano, reduziu em 12%."
As operações são rigorosas. Em outubro de 2009, o
ator Bruno Gagliasso teve de
pagar multa, além de ter a
CNH apreendia após beber,
segundo ele, uma taça de
champanhe. Na mesma época, a atriz Danielle Winits se
recusou a fazer o teste do bafômetro e, por isso, teve o
carro apreendido.
O técnico de futebol René
Simões foi detido semana
passada. Não havia bebido,
mas a vistoria constatou que
a documentação de seu carro
estava irregular.
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