São Paulo, sábado, 19 de junho de 2010

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OUTRO LADO

Pasta defende "avaliação" antes de banimento

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Ministério da Agricultura defende a realização de testes, conhecidos como "avaliações de risco", para saber se os efeitos nocivos dos agrotóxicos podem ser minimizados sem que as substâncias sejam necessariamente banidas do país.
Segundo Luís Rangel, coordenador da Secretaria de Defesa Agropecuária da pasta, a iniciativa de manter a utilização das substâncias foi tomada para que o Ibama e a Anvisa se mobilizem e participem da avaliação de risco.
A avaliação de risco é um estudo que combina os dados dos efeitos tóxicos de uma substância a dados sobre a exposição (doses e frequência) das pessoas a ela.
"O Ministério da Agricultura tem a intenção de criar ferramentas de manejo do risco desses agrotóxicos para que os riscos detectados pela Saúde [Anvisa] e pelo Meio Ambiente [Ibama] sejam minimizados", afirma Rangel.
Entre as ferramentas de manejo do risco, ele citou a venda direta do fabricantes a grandes produtores e cooperativas e não no varejo.
Para Rangel, a substituição dos agrotóxicos banidos pela Anvisa seria inviável pelo custo elevado dos produtos mais modernos. Isso, afirma o coordenador, comprometeria a viabilidade econômica de muitos agricultores.
Questionado sobre se ao final de uma avaliação de risco prevaleceria o entendimento da Anvisa, Rangel diz que a "palavra final é da Anvisa".
Pesquisadora e professora de Toxicologia do Curso de Ciências Farmacêuticas da Universidade de Brasília e integrante do grupo de peritos em resíduos de pesticidas da ONU, Eloísa Dutra Caldas diz que o problema é complexo.
Embora considere que, num mundo ideal, esses agrotóxicos devessem ser banidos, ela sustenta que "o agricultor precisa desses inseticidas, porque os substitutos são muitos caros".


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