São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011

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RACHEL ROSEMBLUM (1938-2011)

A intérprete que preferia o agito das conferências

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Rachel Rosemblum, uma animada tradutora e intérprete, preferia o convívio social das conferências às traduções solitárias dos textos.
Em seu currículo estão, por exemplo, os trabalhos de intérprete do ex-presidente dos EUA Bill Clinton e do atual presidente de Israel, Shimon Peres, em visitas ao Brasil. Também traduziu palestra do historiador italiano Carlo Ginsburg no país.
Em conferências, alegrava-se por estar sempre em contato com assuntos diferentes e por poder conhecer de perto os palestrantes.
Natural de São João del Rei (MG), Rachel era filha de imigrantes da Europa oriental que vieram ao país trabalhar como comerciantes. Quando adolescente, decidiu terminar os estudos em São Paulo.
Estudou inglês e deu aulas. Após ficar viúva do primeiro marido, casou-se de novo e foi fazer um curso de programação visual. Até trabalhou na área, mas viu que gostava mesmo de línguas.
Fez o curso de intérprete, passou no concurso para tradutora juramentada e abriu a Central de Traduções.
Há cerca de cinco anos, realizou o sonho de ter uma casa que lembrasse sua cidade natal. O local escolhido foi a serra da Cantareira. Lá, dizia que suas traduções de textos rendiam muito mais.
Quando Obama veio ao país no começo do ano, ficou com vontade de ser chamada, mas não tinha condições de saúde. Descobrira uma leucemia há quase um ano.
Morreu em 10 de maio, aos 73. Teve três filhos e oito netos. O shloshim, cerimônia judaica do 30º dia, será hoje, às 11h, no cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br


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