São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011

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"Cãopanha" do agasalho se espalha em SP

Entidades arrecadam roupas e cobertores para cães e gatos passarem o inverno; veterinários apontam exagero

ONG da capital recolheu cerca de 1.000 mantas no ano passado; cidades do interior promovem ações semelhantes

ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO

Colaboradora de campanhas de instituições beneficentes, a propagandista Gislei Monteiro Targa, 39, decidiu apoiar uma ação solidária diferente neste ano. Doou roupas, cobertores e papelão para a "Cãopanha do Agasalho" da ONG Cãopaixão, de Ribeirão Preto.
"Apesar de muita gente não pensar nisso, os animais sofrem com o frio", diz Gislei. A campanha não é exclusividade da instituição ribeirão-pretana. Perto da chegada do inverno, ONGs de São Paulo, Jaguariúna (SP), Blumenau (SC) e Campo Grande (MS) também arrecadam donativos para proteger cachorros, gatos e macacos do frio. Em geral, as campanhas pedem doações de cobertores, roupinhas e casinhas para os animais, mas também consideram "bem-vindas" rações e brinquedos.
Na capital, a ONG Adote um Gatinho tem cerca de 20 pontos de coleta em petshops e clínicas para angariar material, que será doado para ao menos dez protetores independentes.
Segundo a fundadora da ONG, Juliana Bussab, a iniciativa surgiu há três anos como uma tentativa de suprir os pedidos de ajuda de cuidadores no período do inverno.
No primeiro ano, em 2009, foram arrecadados 298 cobertores e 236 roupinhas. No ano seguinte, voluntários recolheram o triplo de mantas e o dobro de roupinhas. Além da coleta, a ONG também deve contribuir, neste ano, com o projeto Mucky, que abriga espécies primatas.
"Usamos cobertores o ano todo, mas no inverno precisamos de dobrar a proteção da macacadinha", diz Lívia Botar, coordenadora da iniciativa, que tem cerca de 200 primatas em Itu (SP).
Em Campo Grande, a ONG Abrigo dos Bichos inaugurou a coleta no dia 1º. "A ideia não é só doar, mas fazer um trabalho de conscientização de posse responsável", afirma a presidente da organização, Maria Lúcio Metello.

CUIDADO EXCESSIVO
Veterinários ouvidos pela Folha dizem, no entanto, que colocar roupas e cachecol nos animais é um exagero. "Alguns cães e gatos ficam incomodados. É preciso respeitá-los", afirma a veterinária Silvia Parisi. A consultora de comportamento animal da Cão Cidadão, Tatiane Ichitani, diz que um cobertor pode ser suficiente na maioria dos casos.

FOLHA.com

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