São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 2002

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VIOLÊNCIA

Advogado do corretor de ações Carlos de Carvalho, 27, afirma que a relação sexual com garota de 16 anos foi consensual

Brasileiro é acusado de estupro nos EUA

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Um brasileiro está sendo acusado nos Estados Unidos de estuprar uma menor de idade norte-americana que conheceu num bate-papo na internet. Em maio, outro brasileiro, o ex-garçom Saul dos Reis Jr., foi preso sob acusação de matar acidentalmente uma menina de 13 anos enquanto faziam sexo em um shopping.
Segundo a polícia local, o corretor de ações Carlos de Carvalho, 27, morador de Wallingford, em Connecticut, teria conhecido uma adolescente de 16 anos da cidade de Monroe, vizinha à sua, em 31 de maio último. No dia seguinte, ele teria sido convidado a ir até a casa dela, quando os pais da garota não estariam no local. Então, os dois tiveram relações sexuais e o brasileiro foi embora.
É nesse ponto que começa a divergência na história. Segundo o advogado do corretor de ações, Robert Berke, o sexo foi consensual. A menina, no entanto, telefonou para a polícia depois de meia hora, fez a queixa de estupro, e o brasileiro foi localizado por seu telefone celular.
Carvalho mora nos EUA há dez anos e foi libertado depois de pagar fiança de US$ 50 mil, segundo seu advogado. O corretor está sendo acusado de agressão sexual em primeiro grau e, se for condenado, pode pegar até 20 anos de prisão. Uma nova audiência está marcada para a próxima terça-feira, em Connecticut.

Outro parceiro
É no mesmo Estado de Connecticut, que faz divisa com Nova York, que o ex-garçom Saul dos Reis Jr., 24, está preso. Ele está sendo julgado sob acusação de ter assassinado a menina Christina Long, então com 13 anos, que também havia conhecido em um site, na noite de 17 de maio.
Ontem, segundo a reportagem de capa do diário nova-iorquino "Daily News", um segundo homem maior de idade de Connecticut, provavelmente brasileiro, admitiu que também teve relações sexuais com Christina.
O homem prestou depoimento ao FBI (a polícia federal norte-americana) no município de Danbury, onde morava Christina Long e onde Saul dos Reis Jr. está sendo julgado. Seu nome também constava da lista de endereços eletrônicos encontrada no computador da menina, e a polícia também encontrou mensagens de teor erótico trocadas por eles.
O morador de Bethel (Connecticut), de 22 anos, teve a identidade e a nacionalidade preservadas, mas o jornal afirma que ele também fala português, utilizava um apelido nas salas de bate-papo baseado em um modelo de carro -como Reis também fazia- e que fez sexo por duas vezes com Christina, uma delas na casa onde a menina morava.
O jornal teve acesso também às mensagens que foram trocadas entre a menor norte-americana e o ex-garçom brasileiro preso. As correspondências revelam um parceiro inseguro e apaixonado se comunicando com uma menina com surpreendente maturidade para sua idade.
O segundo homem, que não foi preso, mas teve seu computador confiscado, afirmou que Christina Long não demonstrou nenhuma tendência para sexo fora do convencional -alegação que deve ser utilizada como base da defesa de Saul dos Reis Jr.
Seus advogados pretendem argumentar que a menina foi assassinada por acaso, depois de pedir para ser asfixiada eroticamente pelo brasileiro, enquanto os dois faziam sexo no carro dele no estacionamento de um shopping.



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