São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gravação cita plano para atentado a prefeito

Vice-prefeito e presidente da Câmara estariam envolvidos em ataque a tiros contra Juan Pons Garcia, em São Sebastião

No domingo, carro que dirigia com a mulher e os três filhos foi atingido por nove tiros disparados por um homem encapuzado


FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

O prefeito de São Sebastião, Juan Pons Garcia (PPS), entregou anteontem à polícia cópia de fita que revelaria um plano do presidente da Câmara local, Wagner Teixeira (PV), e do vice-prefeito da cidade, Paulo Henrique Santana (PDT), para assassiná-lo.
De acordo com Garcia, a fita contém o depoimento de um assessor de um vereador da cidade informando que o presidente da Câmara e o vice-prefeito estariam planejando a morte dele. Os dois são adversários políticos do prefeito.
A gravação foi feita no início deste ano. Na época, Garcia chegou a registrar queixa, mas decidiu entregar a gravação apenas ontem, um dia após sofrer um atentado a tiros.
No início da madrugada de domingo, o carro do prefeito foi atingido por nove tiros disparados por um homem encapuzado. A mulher dele e três filhos do casal também estavam no veículo. Ninguém se feriu. Garcia acredita que o atentado teve motivação política.
"Não acreditava que isso fosse possível. Achava que era conversa de botequim, bravata. Mas agora eu quero que associe tudo", disse o prefeito, justificando o fato de só ter entregue a gravação à polícia agora. "Eu levei nove tiros com a minha família dentro do carro. A coisa ficou estranha. Espero que a polícia descubra o que foi isso."
O prefeito se negou a dar mais detalhes sobre o conteúdo da fita. Afirmou que não está acusando o presidente da Câmara e o vice-prefeito de participação no atentado.
"É isso que quero saber [se há relação entre o atentado e a gravação]. Não estou dizendo que é "a", "b" ou "c". Mas quero dormir em paz", disse Garcia.
O delegado seccional de São Sebastião, José Francisco Rodrigues Filho, confirmou ontem que recebeu cópia da gravação em CD e que a encaminhou para perícia. Segundo ele, a gravação não deixa claro se o presidente da Câmara e o vice-prefeito são os mandantes.
"É uma conversa que foi travada há seis meses. A sonoridade da fita é muito baixa e complicada. Muita coisa não é possível de ser ouvida por que tem muito chiado, muita interferência. A história em si é de uma pessoa comentando com outra que teria ouvido dizer que talvez houvesse um atentado", disse o delegado.
O autor da denúncia gravada pelo prefeito seria José Antônio Ferreira Filho, o Zé Gué, que trabalha para o vereador Marcelo Mattos (PP).


Texto Anterior: Motoboy terá faixa preferencial na avenida Rebouças
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.