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Gravação cita plano para atentado a prefeito
Vice-prefeito e presidente da Câmara estariam envolvidos em ataque a tiros contra Juan Pons Garcia, em São Sebastião
No domingo, carro que dirigia com a mulher e os três filhos foi atingido por nove tiros disparados por um homem encapuzado
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O prefeito de São Sebastião,
Juan Pons Garcia (PPS), entregou anteontem à polícia cópia
de fita que revelaria um plano
do presidente da Câmara local,
Wagner Teixeira (PV), e do vice-prefeito da cidade, Paulo
Henrique Santana (PDT), para
assassiná-lo.
De acordo com Garcia, a fita
contém o depoimento de um
assessor de um vereador da cidade informando que o presidente da Câmara e o vice-prefeito estariam planejando a
morte dele. Os dois são adversários políticos do prefeito.
A gravação foi feita no início
deste ano. Na época, Garcia
chegou a registrar queixa, mas
decidiu entregar a gravação
apenas ontem, um dia após sofrer um atentado a tiros.
No início da madrugada de
domingo, o carro do prefeito foi
atingido por nove tiros disparados por um homem encapuzado. A mulher dele e três filhos
do casal também estavam no
veículo. Ninguém se feriu. Garcia acredita que o atentado teve
motivação política.
"Não acreditava que isso fosse possível. Achava que era conversa de botequim, bravata.
Mas agora eu quero que associe
tudo", disse o prefeito, justificando o fato de só ter entregue
a gravação à polícia agora. "Eu
levei nove tiros com a minha família dentro do carro. A coisa
ficou estranha. Espero que a
polícia descubra o que foi isso."
O prefeito se negou a dar
mais detalhes sobre o conteúdo
da fita. Afirmou que não está
acusando o presidente da Câmara e o vice-prefeito de participação no atentado.
"É isso que quero saber [se há
relação entre o atentado e a
gravação]. Não estou dizendo
que é "a", "b" ou "c". Mas quero
dormir em paz", disse Garcia.
O delegado seccional de São
Sebastião, José Francisco Rodrigues Filho, confirmou ontem que recebeu cópia da gravação em CD e que a encaminhou para perícia. Segundo ele,
a gravação não deixa claro se o
presidente da Câmara e o vice-prefeito são os mandantes.
"É uma conversa que foi travada há seis meses. A sonoridade da fita é muito baixa e complicada. Muita coisa não é possível de ser ouvida por que tem
muito chiado, muita interferência. A história em si é de
uma pessoa comentando com
outra que teria ouvido dizer
que talvez houvesse um atentado", disse o delegado.
O autor da denúncia gravada
pelo prefeito seria José Antônio Ferreira Filho, o Zé Gué,
que trabalha para o vereador
Marcelo Mattos (PP).
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