DA REPORTAGEM LOCAL

Explicar para uma menina de dois anos que sua mãe morreu e não voltará nunca mais para casa é praticamen- te impossível, afirma João Paulo, marido da advogada Bru- na de Villi Chaccur, 29, que estava no Airbus A-320 da TAM.
"Perdi minha esposa e minha filha, tão pequena, ficou sem mãe. É muita tristeza..."
Casados há três anos, ele conta que sua filha já sente a falta da mãe.
"Ela chama a toda hora pela Bruna, parece até que sabe o que aconteceu. Não sei o que fazer."
A advogada costumava viajar a trabalho e, segundo o marido, nunca teve medo de voar.
"Ela gostava muito da profissão dela, se dedicava com amor. Também era uma excelente mãe. Bruna era uma mulher admirável."

Saudade
Anteontem, pela manhã, ela viajou para Porto Alegre.
"À tarde, antes de embarcar [no vôo da TAM], a gente se falou pelo telefone. Ela me disse que estava voltando e que logo estaria na nossa casa para matar a saudade", lembra João Paulo.
Já tarde da noite, ele recebeu um telefonema em que a companhia aérea confirmava a morte da advogada.
"Mas só me disseram isso. Ninguém me ofereceu ajuda, ninguém me deu informação, nada. Me senti sozinho, sem saber o que fazer", diz.
"Eu não consigo nem pensar em como será a minha vida e a da minha filha daqui para frente."
(DANIELA TÓFOLI)


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