São Paulo, sábado, 19 de julho de 2008

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Ex-chefe-de-gabinete diz ser vítima de vingança

Rogério Lopes foi acusado de cobrar propina de empresas

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-chefe-de-gabinete da Subprefeitura da Mooca, Rogério Lopes, 54, exonerado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) no dia 15, disse ontem "ser vítima de uma vingança".
Ele afirmou ainda que foi por esse motivo que seu nome foi envolvido na investigação da polícia que apontou a existência de uma quadrilha acusada de cobrar propina de empreendimentos na zona leste.
No dia 11, cinco funcionários da Subprefeitura da Mooca foram presos sob acusação de integrar duas quadrilhas que usavam a infra-estrutura do órgão municipal para, além de exigir propina de empreendimentos imobiliários, também extorquir dinheiro de camelôs ilegais. A estimativa é que o lucro do grupo fosse de cerca de R$ 1 milhão por mês.
Para chegar ao nome de Lopes, que é engenheiro e administrador de empresas, a Promotoria e a polícia ouviram o depoimento de Marcos Medeiros da Silva, agente de apoio fiscal preso em abril, também sob acusação de extorsão contra comerciantes da zona leste.
Silva foi solto em maio e acusou Lopes de receber R$ 34 mil de empreendimentos imobiliários para não fiscalizar propagandas ilegais desse setor.
Lopes trabalhou na subprefeitura durante três anos e, no período, cerca de 15 agentes foram afastados de seus cargos.
Para o ex-chefe-de-gabinete, Silva está "querendo justamente prejudicar quem o colocou na cadeia da outra vez", disse. "O cara foi preso em flagrante, extorquindo comerciante."
O ex-chefe-de-gabinete afirmou que seu serviço na subprefeitura era apenas interno. "Não passa nenhum processo por mim de questão de placa imobiliária ou de Cidade Limpa. Meu nome está indo para a lama", disse.
Lopes também afirmou que a sua saída da Subprefeitura da Mooca ocorreu porque ele acredita que o órgão "precisa de polícia nesse momento".
"Minha função nunca foi de correr atrás de ambulante nem de cuidar de fiscalização de placa nem de fiscalização de faixa."
Lopes entregou sua carta de demissão ao subprefeito da Mooca, Eduardo Odlak, no último dia 15 de julho. No documento, ele disse que "a subprefeitura passa por um momento que exige no cargo [chefe-de-gabinete] um técnico de maior experiência em questões de auditoria e averiguações."
Mas, no dia 16, o "Diário Oficial" da cidade publicou a portaria n.º 1.320, na qual Kassab o exonerou do cargo.
Lopes disse que vai pedir a retificação da portaria "porque ele não foi demitido, mas, sim, pediu para sair". (AC e ES)


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