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Reverter poluição é difícil, diz secretário
Para Eduardo Joge, da Secretaria do Verde, é preciso investir no transporte público e na redução de poluentes dos carros
Cetesb diz que começou a fazer leitura eletrônica da fumaça preta de caminhões, que também deve ajudar na melhoria da qualidade do ar
DA REPORTAGEM LOCAL
Secretário do Verde e do
Meio Ambiente de São Paulo, o
médico e ambientalista Eduardo Jorge diz que há poucas condições de reverter rapidamente
o quadro de poluição apontado
pelo novo estudo da Cetesb.
São necessários investimentos para reduzir a poluição emitida por carros e caminhões,
com investimentos em transporte público e melhoria da
qualidade dos motores, com
ampliação da inspeção veicular, e combustíveis no país.
"Implantar a inspeção veicular em todo o país seria hoje o
principal projeto de saúde pública no Brasil", diz Jorge.
Porém, já nos próximos anos,
São Paulo deve começar a colher os frutos da inspeção municipal, ampliada neste ano para os veículos de passeio.
Há outras medidas em curso
na cidade, afirma Jorge, como a
ampliação do transporte público e o número de ciclovias -há
hoje 14 km prontos e 119 km em
projeto em toda a cidade.
São Paulo também adotou a
Política Municipal de Mudanças Climáticas, sancionada em
junho, que prevê, entre outros
pontos, a substituição gradual
de combustíveis fósseis pelas
fontes renováveis.
Também está na lei a possibilidade de ampliação do rodízio
por períodos necessários para
evitar episódios críticos de poluição do ar.
Para o secretário, não será
negativo para a imagem da cidade alterar os padrões de poluição. Ele defende que seja
adotado o critério mais rigoroso da OMS para a poeira fina.
"O que ocorre é que estamos
desatualizados [em padrões de
ar]. Não podemos mais usar
uma máquina lambe-lambe se
temos máquinas digitais. Temos de mostrar o que é correto.
Não é questão de imagem, é de
realidade", diz o secretário.
Neste mês, a Cetesb começou
a usar uma leitura eletrônica da
fumaça preta dos caminhões, o
que também vai resultar em
melhorias, afirma a gerente de
avaliação de qualidade do ar da
Cetesb, Maria Helena Martins.
Para a técnica da agência, no
entanto, a discussão sobre que
padrão adotar para a poeira fina deve se prolongar, porque há
diversas entidades envolvidas.
"Temos que procurar um padrão factível. Na Europa, buscam-se outras formas de controle. Mas a sociedade é que deve dizer que tipo de desenvolvimento queremos e a que custo", diz Maria Helena.
Isso porque cortar a poluição
significa, por exemplo, abrir
mão do transporte individual,
com menos carros sendo produzidos e vendidos, e até de indústrias poluentes, o que poderia frear a economia.
(JEC)
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