São Paulo, domingo, 19 de julho de 2009

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Reverter poluição é difícil, diz secretário

Para Eduardo Joge, da Secretaria do Verde, é preciso investir no transporte público e na redução de poluentes dos carros

Cetesb diz que começou a fazer leitura eletrônica da fumaça preta de caminhões, que também deve ajudar na melhoria da qualidade do ar

DA REPORTAGEM LOCAL

Secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, o médico e ambientalista Eduardo Jorge diz que há poucas condições de reverter rapidamente o quadro de poluição apontado pelo novo estudo da Cetesb.
São necessários investimentos para reduzir a poluição emitida por carros e caminhões, com investimentos em transporte público e melhoria da qualidade dos motores, com ampliação da inspeção veicular, e combustíveis no país.
"Implantar a inspeção veicular em todo o país seria hoje o principal projeto de saúde pública no Brasil", diz Jorge.
Porém, já nos próximos anos, São Paulo deve começar a colher os frutos da inspeção municipal, ampliada neste ano para os veículos de passeio.
Há outras medidas em curso na cidade, afirma Jorge, como a ampliação do transporte público e o número de ciclovias -há hoje 14 km prontos e 119 km em projeto em toda a cidade.
São Paulo também adotou a Política Municipal de Mudanças Climáticas, sancionada em junho, que prevê, entre outros pontos, a substituição gradual de combustíveis fósseis pelas fontes renováveis.
Também está na lei a possibilidade de ampliação do rodízio por períodos necessários para evitar episódios críticos de poluição do ar.
Para o secretário, não será negativo para a imagem da cidade alterar os padrões de poluição. Ele defende que seja adotado o critério mais rigoroso da OMS para a poeira fina.
"O que ocorre é que estamos desatualizados [em padrões de ar]. Não podemos mais usar uma máquina lambe-lambe se temos máquinas digitais. Temos de mostrar o que é correto. Não é questão de imagem, é de realidade", diz o secretário.
Neste mês, a Cetesb começou a usar uma leitura eletrônica da fumaça preta dos caminhões, o que também vai resultar em melhorias, afirma a gerente de avaliação de qualidade do ar da Cetesb, Maria Helena Martins.
Para a técnica da agência, no entanto, a discussão sobre que padrão adotar para a poeira fina deve se prolongar, porque há diversas entidades envolvidas.
"Temos que procurar um padrão factível. Na Europa, buscam-se outras formas de controle. Mas a sociedade é que deve dizer que tipo de desenvolvimento queremos e a que custo", diz Maria Helena.
Isso porque cortar a poluição significa, por exemplo, abrir mão do transporte individual, com menos carros sendo produzidos e vendidos, e até de indústrias poluentes, o que poderia frear a economia. (JEC)


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