São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2010

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Big Brother da PM

Polícia Militar monitora 267 pontos da cidade com câmeras inteligentes, 24 horas por dia, para flagrar crimes

Fotos Rodrigo Capote/Folhapress
Central de câmeras do Copom, que monitora 267 pontos em São Paulo; cerca de 50 placas de carros são verificadas por dia pelos policiais militares

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

O que uma pessoa que passou pelo cruzamento das avenidas Morumbi com a Giovanni Gronchi (zona oeste de SP) tem em comum com quem saiu da praça São Lucas, próximo à rua Deputado Menezes Cortez (leste)?
Elas podem não saber, mas ambas estão sendo monitoradas por uma das 267 câmeras da Polícia Militar espalhadas pela cidade.
O big brother a serviço da segurança, como define o chefe desse setor da PM, tenente Thiago Maniglia, começou a ser implantado há dois anos e custou até hoje cerca de R$ 15 milhões.
As câmeras alertam o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) sobre a ocorrência de crimes.
Por exemplo: se um grupo de pessoas sai correndo de um banco em direção à rua, como esse fato não é comum, a PM programa a câmera para emitir um alerta visual para os operadores. Uma mensagem fica piscando no monitor e chama a atenção do policial, que rotineiramente fica olhando quase que ao mesmo tempo para outras 11 ou 12 câmeras.
O PM, então, revê a gravação, em 360, e, se suspeitar de que houve um crime, envia policiais para o local.
O equipamento também pode ser programado para acionar o alerta quando ocorrer luminosidade mais intensa que o normal, o que pode indicar um disparo de arma de fogo no local, por exemplo. Tudo depende do interesse da polícia.

REDUÇÃO
Diariamente, a PM registra de cinco a dez ocorrências a partir das câmeras inteligentes instaladas na cidade.
Logo que foram instaladas, em 2008, o número de flagrantes era maior, quase 20 por dia. A queda, segundo policiais, ocorreu porque, agora, parte dos criminosos sabem que ali há um monitoramento 24 horas por dia.
Segundo a polícia, a ideia não é deixar as câmeras escondidas, mas usá-las para prevenir crimes.
"Muito do que os nossos policiais fazem está no policiamento preventivo. Checar a placa de um carro faz parte do policiamento. Se ele achar um carro roubado ou furtado, já cumpriu o seu papel", diz o porta-voz da PM na capital paulista, tenente Cleodato Moisés.


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