São Paulo, terça-feira, 19 de julho de 2011

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Acidentes com moto dobram na Rebouças apesar de campanha

Avenida onde Prefeitura de São Paulo testou faixa educativa teve disparada de vítimas em quatro anos

Crescimento de 110%, além de ter sido maior que a expansão de 65% da frota em duas rodas, supera a de outras vias

ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

O tráfego de motos na Rebouças é tão crítico que, cinco anos atrás, a avenida foi escolhida pela prefeitura para receber a "Faixa Cidadã" -um espaço preferencial, para as motos trafegarem um pouco mais longe dos carros.
Quase ninguém respeitou, a ação fracassou e hoje a situação está bem pior: os acidentes desses veículos com vítimas mais que dobraram desde então. Saltaram de 62, em 2006, para 130, em 2010.
A disparada de 110%, além de ter sido maior que a expansão de 65% dessa frota, superou a das principais vias da cidade de São Paulo.
Não é à toa que a Rebouças pulou para a 7ª posição no ranking das vias com mais colisões/quedas/atropelamentos com motos e vítimas, conforme mapeamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) em 2010.
Em 2006, havia ao menos 11 vias na frente dela. A rua da Consolação, que também recebeu a faixa preferencial, não consta da lista das 12 com mais acidentes.
Na avaliação da CET, a disparada na Rebouças é resultado do crescimento "generalizado" dos casos na capital. Para ela, como a circulação de motocicletas ocorre "de maneira concentrada em algumas vias principais", elas tendem a sentir um reflexo mais significativo disso.
Na avenida Alcântara Machado, que faz a ligação Leste-Oeste, porém, esses acidentes tiveram salto menor -de 36% em quatro anos.
A CET diz que, após dois anos, trocou as placas da "Faixa Cidadã" porque os resultados mostravam a adesão de só 5% das motos.
Pelo projeto, elas deveriam circular na faixa do meio, ao lado do corredor de ônibus, evitando os espaços laterais entre os carros.
Não havia, porém, obrigatoriedade nem punição. "Era delírio achar que haveria respeito", diz Luís Antônio Seraphim, consultor em trânsito.
Experiências da CET como as motofaixas da Sumaré e Vergueiro também não resultaram em menos acidentes.
Para Luiz Artur Cané, do Movimento Brasileiro de Motociclistas, a alta na Rebouças é efeito de uma combinação que se agrava a cada dia.
"A avenida fica congestionada, os carros param, os pedestres decidem atravessar devido ao trânsito parado e as motos seguem com velocidade excessiva no corredor."


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