São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2004

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MUDANÇA DE ROTA

Aeroporto fica a 42 km do centro da capital mineira; Pampulha, mais central, terá movimento limitado

BH desvia vôos interestaduais para Confins

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A partir de 1º de dezembro próximo, todos os vôos comerciais interestaduais serão transferidos do aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), para o aeroporto internacional Tancredo Neves, no município de Confins, distante 42 km do centro da capital mineira. A decisão foi tomada anteontem, após acordo entre governo mineiro, DAC (Departamento de Aviação Civil), Infraero e companhias aéreas.
Inaugurado no início dos anos 80, o aeroporto de Confins se tornou um "elefante branco". Apesar das instalações modernas, com mais conforto e segurança, a distância de Belo Horizonte e as dificuldades de acesso sempre desestimularam o seu incremento.
Em 2003, Confins recebeu 364 mil passageiros, 7,3% da sua capacidade (5 milhões/ano), e o aeroporto da Pampulha, 3 milhões, quase o dobro da sua capacidade. Pampulha, classificado como aeroporto central, como Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ), tem problemas de acomodação e conforto para os usuários.
Uma ampla reforma vinha sendo preparada pela Infraero, mas o governo de Minas incentivou a retomada do projeto Confins, com o argumento de promover ali o desenvolvimento regional.
No aeroporto da Pampulha ficarão apenas os vôos regionais, que fazem a rota capital-cidades do interior de Minas, os táxis aéreos e os vôos fretados. Segundo o governo mineiro, cerca de mil funcionários serão transferidos para Confins, onde serão abertos mais 4.000 postos de trabalho até 2006, que se somariam às 1.500 pessoas que trabalham atualmente no aeroporto internacional.
A transferência vai significar mais custos, segundo Afonso Medeiros, diretor de Planejamento da Vasp, que representou também as empresas TAM, Varig e Gol na reunião com governo estadual, Infraero e DAC. O custo adicional por operação de pouso ou decolagem será de US$ 600 (cerca de R$ 1.800).
De acordo com as empresas, a mudança significará alongamento das rotas em cinco minutos, com mais consumo de combustível. Além disso, as empresas afirmam que as tarifas aeroportuárias em Confins são mais altas.
Para os passageiros, a mudança também implicará mais tempo e custos. Ir da região central da capital até Confins demora 50 minutos em média, que é o tempo gasto no trecho aéreo São Paulo-Belo Horizonte. O passageiro que for de táxi, por exemplo, gastará cerca de R$ 140 (ida e volta), contra os atuais R$ 40 para ir e voltar do aeroporto da Pampulha.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do governo mineiro, Wilson Brumer, acenou com a possibilidade de o Estado reduzir o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o querosene de aviação. A alíquota atual é 25%.


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