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MUDANÇA DE ROTA
Aeroporto fica a 42 km do centro da capital mineira; Pampulha, mais central, terá movimento limitado
BH desvia vôos interestaduais para Confins
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A partir de 1º de dezembro próximo, todos os vôos comerciais
interestaduais serão transferidos
do aeroporto da Pampulha, em
Belo Horizonte (MG), para o aeroporto internacional Tancredo
Neves, no município de Confins,
distante 42 km do centro da capital mineira. A decisão foi tomada
anteontem, após acordo entre governo mineiro, DAC (Departamento de Aviação Civil), Infraero
e companhias aéreas.
Inaugurado no início dos anos
80, o aeroporto de Confins se tornou um "elefante branco". Apesar das instalações modernas,
com mais conforto e segurança, a
distância de Belo Horizonte e as
dificuldades de acesso sempre desestimularam o seu incremento.
Em 2003, Confins recebeu 364
mil passageiros, 7,3% da sua capacidade (5 milhões/ano), e o aeroporto da Pampulha, 3 milhões,
quase o dobro da sua capacidade.
Pampulha, classificado como aeroporto central, como Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ),
tem problemas de acomodação e
conforto para os usuários.
Uma ampla reforma vinha sendo preparada pela Infraero, mas o
governo de Minas incentivou a retomada do projeto Confins, com
o argumento de promover ali o
desenvolvimento regional.
No aeroporto da Pampulha ficarão apenas os vôos regionais,
que fazem a rota capital-cidades
do interior de Minas, os táxis aéreos e os vôos fretados. Segundo o
governo mineiro, cerca de mil
funcionários serão transferidos
para Confins, onde serão abertos
mais 4.000 postos de trabalho até
2006, que se somariam às 1.500
pessoas que trabalham atualmente no aeroporto internacional.
A transferência vai significar
mais custos, segundo Afonso Medeiros, diretor de Planejamento
da Vasp, que representou também as empresas TAM, Varig e
Gol na reunião com governo estadual, Infraero e DAC. O custo adicional por operação de pouso ou
decolagem será de US$ 600 (cerca
de R$ 1.800).
De acordo com as empresas, a
mudança significará alongamento das rotas em cinco minutos,
com mais consumo de combustível. Além disso, as empresas afirmam que as tarifas aeroportuárias em Confins são mais altas.
Para os passageiros, a mudança
também implicará mais tempo e
custos. Ir da região central da capital até Confins demora 50 minutos em média, que é o tempo
gasto no trecho aéreo São Paulo-Belo Horizonte. O passageiro que
for de táxi, por exemplo, gastará
cerca de R$ 140 (ida e volta), contra os atuais R$ 40 para ir e voltar
do aeroporto da Pampulha.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do governo mineiro, Wilson Brumer, acenou com a
possibilidade de o Estado reduzir
o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
sobre o querosene de aviação. A
alíquota atual é 25%.
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