São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2005

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SEGURANÇA

Acusado é investigado por suspeita de fornecer ao PCC um arsenal que incluía metralhadoras, pistolas e granadas

Comerciante é preso com mais de 500 armas

ALEXANDRE HISAYASU
DA REPORTAGEM LOCAL

Metralhadoras de uso exclusivo das Forças Armadas e capazes de derrubar um helicóptero, pistolas automáticas, granadas. Essas armas, parte de um arsenal composto por mais de 500 itens, foram apreendidas pela Polícia Civil de São Paulo na casa do comerciante Paulo Roberto Monteiro, 49, em Piracaia (80 km de SP).
Em depoimento, Monteiro negou qualquer crime e alegou que é colecionador. A polícia não permitiu que ele fosse entrevistado.
O comerciante, que tem passagem por contrabando, segundo a polícia, foi preso em flagrante por porte ilegal de armas. A polícia informou que seu registro de colecionador só permitia o porte de até 30 armas.
O acusado estava sendo investigado havia dois meses pelo Denarc (Departamento de Investigação sobre Narcóticos) por suspeita de fornecer armamento para a facção criminosa paulista PCC (Primeiro Comando da Capital).
A investigação começou a partir da prisão de um integrante do grupo que atuava na Baixada Santista, onde estaria ocorrendo uma guerra entre os próprios integrantes do PCC pelo comando de pontos de tráfico de drogas.
Segundo a polícia, a suspeita é que Monteiro comprava, vendia e até alugava armas para criminosos de São Paulo.
O diretor do Denarc, Ivaney Cayres de Sousa, afirmou que, ao ser preso, o comerciante estava alterando a numeração de uma pistola furtada de um policial civil.
"Ele tinha montado uma linha de manutenção de armas. Os armamentos estavam espalhados por toda a casa, até na pia da cozinha. Entre as munições havia cartuchos de fuzis e de metralhadoras do Exército", afirmou.
No meio do arsenal, a presença de uma metralhadora Madsen, usada pelas Forças Armadas, surpreendeu os policiais. "Essa arma só é usada em guerras. Se colocada no ponto estratégico de uma favela, como o alto de um morro, pode impedir a entrada da polícia por causa do alto número de tiros que dispara seguidamente."
Ao todo, sete metralhadoras foram apreendidas. Além da Madsen, havia armas dos Exércitos francês, boliviano e belga. A de marca Thompson, segundo o Denarc, pode ser colocada na caçamba de uma caminhonete durante uma ação criminosa e tem alcance de até cinco quilômetros.
De acordo com o delegado Fábio Guimarães, das mais de 500 armas apreendidas, cerca de 80% estão em condições de uso.
A polícia vai rastrear a origem de todas as armas a partir da numeração. Segundo Cayres de Sousa, o trabalho contará com o apoio de um grupo especializado da polícia dos Estados Unidos.


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