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SINAL VERMELHO
Placas publicitárias colocadas nas laterais de pontos de ônibus deixam cerca de 50 centímetros livres para passagem
Pedestres têm de driblar anúncio na Paulista
RENATA BAPTISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Justamente nas ruas mais movimentadas de São Paulo, os pedestres estão sendo obrigados a driblar as placas publicitárias afixadas na lateral de abrigos de ônibus
para poder andar.
Uma placa na esquina da avenida Indianópolis e alameda dos
Guatás, no Planalto Paulista (zona
sul), deixa menos de 50 centímetros livres para a circulação, obrigando o pedestre a passar pela
rua, sob o risco de atropelamento.
Na avenida Paulista, em frente
ao Masp, além de ter apenas um
espaço de cerca de 60 centímetros
entre a peça publicitária e a rua,
ainda é preciso se equilibrar na estreita passagem, que nesse trecho
é uma rampa, já que o meio-fio é
rebaixado. A circulação de pessoas em cadeiras de rodas na rampa é praticamente impossível.
"O espaço é mínimo, temos que
passar pela rua, o que é muito arriscado, pois os ônibus passam
muito perto", diz a aposentada Iara Almeida, 67. Para o representante comercial Romeu Rodrigues, 61, o espaço "é um desrespeito ao pedestre". "Tudo isso é só
para faturar mais."
Para a professora Márcia Macedo, 45, faltam critérios para a instalação de publicidade. "Aqui [em
frente ao Masp], por exemplo, ficou muito perigoso. A pessoa tem
que ir para o meio da rua", disse.
Segundo o presidente da Associação Viva Paulista, Nelson Baeta
Neves, já foi apresentado à prefeitura um projeto para alterar a calçada, o mobiliário urbano (incluindo os pontos de ônibus) e o
paisagismo na avenida Paulista.
A diretora-superintendente da
Viva Paulista, Marly Lemos, lembra que as placas tapam a visão
dos pedestres. "Nossa meta é consertar vários problemas, mas a
prefeitura disse que temos que começar as obras só quando o piso
da calçada for trocado."
Outro lado
Gustavo Badra, diretor da agência DMB, que detém a concessão
para exploração do mobiliário urbano na cidade, disse que recebeu
reclamações sobre as duas placas
e que tomará as medidas necessárias para que elas sejam colocadas
a uma distância de pelo menos
um metro da rua.
Ele afirmou que a agência fornece, instala e faz a manutenção do
mobiliário. Em contrapartida, obtém toda a receita com a publicidade. O contrato foi obtido em
uma licitação realizada em 1997.
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