São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2005

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SINAL VERMELHO

Placas publicitárias colocadas nas laterais de pontos de ônibus deixam cerca de 50 centímetros livres para passagem

Pedestres têm de driblar anúncio na Paulista

RENATA BAPTISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Justamente nas ruas mais movimentadas de São Paulo, os pedestres estão sendo obrigados a driblar as placas publicitárias afixadas na lateral de abrigos de ônibus para poder andar.
Uma placa na esquina da avenida Indianópolis e alameda dos Guatás, no Planalto Paulista (zona sul), deixa menos de 50 centímetros livres para a circulação, obrigando o pedestre a passar pela rua, sob o risco de atropelamento.
Na avenida Paulista, em frente ao Masp, além de ter apenas um espaço de cerca de 60 centímetros entre a peça publicitária e a rua, ainda é preciso se equilibrar na estreita passagem, que nesse trecho é uma rampa, já que o meio-fio é rebaixado. A circulação de pessoas em cadeiras de rodas na rampa é praticamente impossível.
"O espaço é mínimo, temos que passar pela rua, o que é muito arriscado, pois os ônibus passam muito perto", diz a aposentada Iara Almeida, 67. Para o representante comercial Romeu Rodrigues, 61, o espaço "é um desrespeito ao pedestre". "Tudo isso é só para faturar mais."
Para a professora Márcia Macedo, 45, faltam critérios para a instalação de publicidade. "Aqui [em frente ao Masp], por exemplo, ficou muito perigoso. A pessoa tem que ir para o meio da rua", disse.
Segundo o presidente da Associação Viva Paulista, Nelson Baeta Neves, já foi apresentado à prefeitura um projeto para alterar a calçada, o mobiliário urbano (incluindo os pontos de ônibus) e o paisagismo na avenida Paulista.
A diretora-superintendente da Viva Paulista, Marly Lemos, lembra que as placas tapam a visão dos pedestres. "Nossa meta é consertar vários problemas, mas a prefeitura disse que temos que começar as obras só quando o piso da calçada for trocado."

Outro lado
Gustavo Badra, diretor da agência DMB, que detém a concessão para exploração do mobiliário urbano na cidade, disse que recebeu reclamações sobre as duas placas e que tomará as medidas necessárias para que elas sejam colocadas a uma distância de pelo menos um metro da rua.
Ele afirmou que a agência fornece, instala e faz a manutenção do mobiliário. Em contrapartida, obtém toda a receita com a publicidade. O contrato foi obtido em uma licitação realizada em 1997.


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