|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prefeitura estuda a ampliação do parque Ibirapuera
Objetivo é recuperar áreas que foram perdidas para órgãos privados e públicos desde a origem do Ibirapuera, em 1905
Dos 3 milhões de metros quadrados originais, há 1,5 milhão; para expansão, prefeitura conta com participação do Estado
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
tem pronto um plano para ampliar o parque Ibirapuera. O objetivo é recuperar áreas que ele
foi perdendo desde suas origens, em 1905, para órgãos de
governo e entidades particulares: dos 3 milhões de m2 originais, resta 1,5 milhão de m2.
Para isso, conta com a participação do governo do Estado
-a idéia de expansão do parque, que já vinha sendo discutida pelo ex-secretário do Meio
Ambiente Adriano Diogo (na
gestão petista de Marta Suplicy), ganhou corpo durante a
passagem do governador José
Serra (PSDB) pela prefeitura e
foi referendada por seu sucessor e aliado político, o prefeito
Gilberto Kassab (DEM).
A Secretaria Municipal do
Verde e do Meio Ambiente de
São Paulo elaborou um esboço
de possíveis áreas reincorporáveis, ao qual a Folha teve acesso (veja quadro ao lado).
"Apóio o projeto de expansão
da área do parque, iniciado pelo Serra. Existem estudos, e alguns pontos já estão definidos,
como a incorporação do Detran", diz Kassab.
A idéia é destinar os prédios
-hoje voltados à burocracia-
a atividades culturais como
museus, mais compatíveis com
o perfil de um parque.
Assim, as filas e os guichês do
Departamento Estadual de
Trânsito darão lugar ao acervo
do MAC (Museu de Arte Contemporânea), da USP, que deverá se instalar lá assim que o
prédio for readaptado.
A desocupação já começou e
em julho um decreto de Serra
transferiu para a Secretaria da
Cultura a administração do
prédio, antes a cargo da pasta
da Segurança Pública.
Antes, em 2006, a Prodam,
empresa ligada à prefeitura,
havia deixado o prédio no parque para o MAM (Museu de
Arte Moderna). O local também necessita de adaptações.
Outra possível área a ser incorporada pertence à Assembléia Legislativa, que, em
32.450 m2, mantém o prédio
principal e um anexo. Um terreno um pouco menor é usado
como estacionamento.
Ao deixar a presidência da
Assembléia, neste ano, Rodrigo
Garcia (DEM) discursou defendendo transferir a Assembléia para o centro da cidade.
Garcia diz que seria uma forma de valorizar o centro e de
aproximar os deputados do cotidiano de São Paulo. "O melhor seria criar outras atividades, de cultura e de lazer, naquele local", afirma.
A Folha tentou ouvir o presidente da Assembléia, José Carlos Vaz de Lima (PSDB), mas,
segundo assessores, ele estava
viajando na sexta-feira e não
poderia ser localizado.
Outro terreno, de 22.550 m2,
transferido em 1955 ao centro
acadêmico 11 de Agosto, da Faculdade de Direito da USP,
também está sendo avaliado.
Hoje, o centro aluga o local
para um estacionamento e uma
lanchonete. Segundo a vice-presidente do centro, Veridiana Alimonti, a entidade está
disposta a negociar. "Estamos
entrando em contato com autoridades para buscar uma solução que possa ser boa para
todas as partes", afirma.
Há ainda espaços tombados
pelo patrimônio histórico, como o Instituto Biológico, do governo do Estado, mas, segundo
técnicos da prefeitura, há formas de dar uso público ao local
sem a transferência do órgão.
Em uma das primeiras iniciativas para reincorporar
áreas ao parque, a prefeitura
tentou, em janeiro de 2006, desalojar o Círculo Militar, um
clube poliesportivo, dos 30 mil
m2 que usa desde 1957 -embora a cessão oficial pela prefeitura só tenha ocorrido em 1987.
A direção da entidade foi à
Justiça e obteve o direito de
permanecer no parque. Ao TJ,
o clube alegou que o processo
de rescisão do contrato de concessão não incluiu o devido direito à ampla defesa.
O contrato expira em 2012.
Até lá, o clube continua isento
de pagar aluguel ou IPTU pelo
terreno.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
Texto Anterior: Terreno é 100% usado, afirma Exército Próximo Texto: Carros: Secretário pediu estudos para garagem subterrânea Índice
|