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Ministro critica Anac por uso de norma inexistente
Para Nelson Jobim, caso reforça necessidade de "reestruturação absoluta" da agência
Titular da Defesa admite que a reforma da pista principal de Cumbica, que começa amanhã, causará transtornos aos passageiros
LUIZ FERNANDO VIANNA
ENVIADO ESPECIAL A RESENDE (RJ)
A informação divulgada anteontem à noite na CPI do Apagão Aéreo de que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)
utilizou um documento sem
validade legal para impedir que
a Justiça restringisse operações em Congonhas levou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, a criticar o órgão ontem.
"Isso mostra que há necessidade de reestruturação absoluta da agência", afirmou ele em
Resende, no sul fluminense.
Após a cerimônia de entrega
de espadins a cadetes da Turma
Emílio Garrastazu Médici da
Academia Militar das Agulhas
Negras, Jobim afirmou que o
caso será examinado amanhã e
que, se necessário, será aberto
um inquérito administrativo.
Na quarta-feira passada, Denise Abreu, diretora da Anac,
disse no Senado que o documento -uma IS (Informação
Suplementar) que proibiria
pousos em Congonhas de
aviões sem um dos reversos
(sistema auxiliar de frenagem)- era apenas um "estudo
interno" e que fora publicado
na internet por engano.
Mas o deputado Vic Pires
(DEM-PA) descobriu o uso oficial dele em fevereiro. O Airbus
da TAM que se acidentou em
Congonhas em 17 de julho estava com um reverso inoperante.
Transtornos
O ministro reconheceu ontem que a reforma da pista
principal do aeroporto de
Cumbica, em Guarulhos, que
começa amanhã, provocará
transtornos aos passageiros.
"Eu havia dito que nós precisamos, em alguns casos, sacrificar o conforto. A segurança se
impôs", afirmou Jobim.
Ele acredita que será possível
fazer uma "remodelagem de
horários", retirando vôos dos
horários de pico de Guarulhos.
Se isso não for suficiente, parte
dos vôos será deslocada para
Viracopos durante as obras,
disse ele, descartando Congonhas como alternativa.
"Congonhas não é e não voltará a ser, em hipótese alguma,
ponto de distribuição", disse.
O presidente da Infraero,
Sérgio Gaudenzi, prometeu
"esforço coletivo", com apoio
de empresas aéreas, para evitar
os transtornos em Guarulhos.
Ele admitiu que "divergências" entre Anac e Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) atrapalharam a definição sobre remanejamento
de vôos para Viracopos.
O Ministério da Defesa informou que a pista principal do aeroporto de Guarulhos vai estar
integralmente fechada a partir
de amanhã até 10 de outubro.
Dessa data até 30 de novembro ficará parcialmente interditada -funcionando como suporte da pista auxiliar. Uma das
cabeceiras, de 1.700 metros, ficará fechada, enquanto os outros 2.000 metros estarão livres para pousos e decolagens.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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