São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2010

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FOCO

Interdição de quadras no Pinheiros motiva abaixo-assinado

Daniel Marenco/Folhapress
Pista de atletismo do clube Pinheiros, o "Leblon" dos sócios

JAMES CIMINO
DE SÃO PAULO

Falta espaço para estacionar no Esporte Clube Pinheiros (zona oeste da cidade). E, em breve, também faltarão quadras para que seus sócios joguem tênis.
O clube vai construir uma nova garagem subterrânea, com três pavimentos e cerca de 800 vagas em um espaço sob nove de suas quadras de tênis (são 24 no total), que ficarão interditadas durante a obra, que deve levar até dois anos e custar R$ 25 milhões.
Há, no entanto, uma proposta para resolver parte do problema dos tenistas: transferir quatro dessas quadras para o centro de onde hoje é a pista de atletismo.
Quem não está gostando dessa medida são os usuários da pista -que também esconde em seu subsolo as mais de 700 vagas para veículos existentes hoje.
Ontem, a sócia Sonia Farhat saiu pela primeira vez pelo clube coletando assinaturas de outros frequentadores do clube contra a solução apresentada pela diretoria de tênis do Pinheiros. Conseguiu 40 adesões.
"Quando construíram o estacionamento atual, também ficamos sem pista de atletismo, e o clube fez convênio para treinarmos em outros lugares. A gente acha que tem que ser feito o mesmo com o tênis", diz.
O temor de Farhat e de parte de conselho de clube é que a solução provisória se torne permanente, já que as atuais 24 quadras de tênis são insuficientes para os cerca de 30 mil sócios do clube.
"Já não tem quadra. Além dos jogos, tem as aulas. Ontem [anteontem], só pude jogar por meia hora. É ruim para os usuários da pista, mas é melhor [que as quadras sejam instaladas lá] a não ter quadra", diz a comerciante Vaneza Ziravello, 43.

LEBLON
Embora haja mais procura pelo tênis que pelo atletismo, o interior da pista é usado para a prática de salto com vara e à distância, alongamento, abdominais e aquecimento antes da prática de handebol, vôlei, triatlo e basquete.
Há várias espreguiçadeiras no centro da pista que são usadas pelos sócios para tomar sol e para leitura.
Segundo Farhat, a pista é a única área "pública" do clube, já que todas as práticas esportivas são pagas. "Muita gente diz que a pista é a nossa praia, o nosso Leblon."
A empresária Vera Motta, 62, cujo marido joga tênis, diz que as quadras no meio da pista criariam outro problema. "Melhor se virar com as que vão sobrar do que descaracterizar a pista."
Por meio de sua assessoria de imprensa, o diretor do clube, Antonio Moreno Neto, diz que nada foi definido ainda. "É difícil atender às expectativas de 30 mil pessoas."


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