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FOCO
Interdição de quadras no Pinheiros motiva abaixo-assinado
Daniel Marenco/Folhapress
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Pista de atletismo do clube Pinheiros, o "Leblon" dos sócios
JAMES CIMINO
DE SÃO PAULO
Falta espaço para estacionar no Esporte Clube Pinheiros (zona oeste da cidade). E,
em breve, também faltarão
quadras para que seus sócios
joguem tênis.
O clube vai construir uma
nova garagem subterrânea,
com três pavimentos e cerca
de 800 vagas em um espaço
sob nove de suas quadras de
tênis (são 24 no total), que ficarão interditadas durante a
obra, que deve levar até dois
anos e custar R$ 25 milhões.
Há, no entanto, uma proposta para resolver parte do
problema dos tenistas: transferir quatro dessas quadras
para o centro de onde hoje é a
pista de atletismo.
Quem não está gostando
dessa medida são os usuários da pista -que também
esconde em seu subsolo as
mais de 700 vagas para veículos existentes hoje.
Ontem, a sócia Sonia Farhat saiu pela primeira vez pelo clube coletando assinaturas de outros frequentadores
do clube contra a solução
apresentada pela diretoria de
tênis do Pinheiros. Conseguiu 40 adesões.
"Quando construíram o
estacionamento atual, também ficamos sem pista de
atletismo, e o clube fez convênio para treinarmos em outros lugares. A gente acha
que tem que ser feito o mesmo com o tênis", diz.
O temor de Farhat e de parte de conselho de clube é que
a solução provisória se torne
permanente, já que as atuais
24 quadras de tênis são insuficientes para os cerca de
30 mil sócios do clube.
"Já não tem quadra. Além
dos jogos, tem as aulas. Ontem [anteontem], só pude jogar por meia hora. É ruim para os usuários da pista, mas é
melhor [que as quadras sejam instaladas lá] a não ter
quadra", diz a comerciante
Vaneza Ziravello, 43.
LEBLON
Embora haja mais procura
pelo tênis que pelo atletismo,
o interior da pista é usado para a prática de salto com vara
e à distância, alongamento,
abdominais e aquecimento
antes da prática de handebol, vôlei, triatlo e basquete.
Há várias espreguiçadeiras no centro da pista que são
usadas pelos sócios para tomar sol e para leitura.
Segundo Farhat, a pista é a
única área "pública" do clube, já que todas as práticas
esportivas são pagas. "Muita
gente diz que a pista é a nossa praia, o nosso Leblon."
A empresária Vera Motta,
62, cujo marido joga tênis,
diz que as quadras no meio
da pista criariam outro problema. "Melhor se virar com
as que vão sobrar do que descaracterizar a pista."
Por meio de sua assessoria
de imprensa, o diretor do clube, Antonio Moreno Neto, diz
que nada foi definido ainda.
"É difícil atender às expectativas de 30 mil pessoas."
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