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SEGURANÇA
Reinaldo dos Santos foi preso em um condomínio de luxo e nega ter assassinado Antonio José Machado Dias
Acusado de matar juiz é preso em Angra
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil de São Paulo
prendeu ontem, em Angra dos
Reis (RJ), Reinaldo Teixeira dos
Santos, 24, acusado de ser o autor
dos três disparos que mataram o
juiz-corregedor Antonio José Machado Dias, 47, no dia 14 de março
em Presidente Prudente (SP).
Em depoimento informal à polícia, Santos, conhecido como
Funchal, negou o crime. Ele foi
preso num condomínio de luxo
após investigações feitas em parceria com a Polícia Civil do Rio.
Funchal estava sozinho em uma
casa, que, segundo a polícia, ele tinha alugado com o nome falso de
Odair Mendes da Silva havia três
meses. Com ele, a polícia encontrou uma pistola, três quilos e
meio de cocaína, além de maconha e crack. Funchal foi preso em
flagrante por porte de arma e tráfico de drogas, além da prisão preventiva por suposta participação
no assassinato do juiz.
O advogado de defesa, Edson
Campos, disse que a casa em que
Funchal preso e o carro que estava
no local eram de um amigo e que
a pistola e as drogas não lhe pertenciam. Segundo Campos, ele
afirma que não estava no local do
crime no dia em que o juiz foi
morto e que desconhecia as acusações contra ele.
Segundo a polícia, com a prisão
de Funchal, apenas um dos três
acusados de envolvimento direto
na morte do juiz permanece foragido: Adilson Daghia, o Di, que teria conduzido um dos dois carros
utilizados na ação.
O terceiro acusado, Ronaldo
Dias, conhecido como Chocolate,
foi preso no dia 7 de agosto na zona sul de São Paulo, após escapar
de dois cercos da polícia no litoral
paulista. Ele havia acusado Funchal de ser o autor dos tiros. Na
época, Chocolate também afirmou que o crime havia sido cometido a mando do PCC -facção criminosa que atua em presídios de São Paulo.
Segundo depoimento de Chocolate à polícia em agosto, a ordem de executar o ataque ao juiz
partiu do detento José Eduardo
Moura da Silva, o Bandejão.
Morto em maio no presídio de
Iaras, Bandejão era um membro
antigo do PCC e, na época, subordinado às principais lideranças.
De acordo com o delegado Ruy
Ferraz, do Deic (Departamento
de Investigações sobre o Crime
Organizado), o atentado seria
uma represália ao juiz devido ao
tratamento que ele dispensava
aos detentos. Dias cuidava de processos e julgava benefícios de condenados de sete presídios, entre
os quais o Centro de Readaptação
Penitenciária de Presidente Bernardes (589 km de SP), onde estão
os principais líderes do PCC.
Ferraz disse que uma das preocupações era que os líderes do
PCC mandassem matar Funchal
antes de a polícia encontrá-lo. Entretanto, para o delegado, Funchal subiu hierarquicamente na
facção nesse período e dispunha
de segurança feita pela facção.
As provas da polícia contra
Funchal são as digitais encontradas no Uno que interceptou o carro do juiz no dia do crime e a gravação de uma conversa entre ele e
sua mulher, em que, segundo a
polícia, assume sua participação
no assassinato, além do depoimento de Chocolate.
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