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Juízes e promotores compraram 438 pistolas
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
De outubro do ano passado até
anteontem, o Exército autorizou a
compra de 438 pistolas calibre .40,
de uso restrito das Forças Armadas, por juízes e membros do Ministério Público dos Estados e da
União. Os dados são do Centro de
Comunicação Social do Exército.
É um número pequeno se comparado ao universo de cerca de 29
mil juízes, procuradores e promotores filiados às principais associações dessas categorias no Brasil. Mesmo assim, é considerado
por eles próprios um indicativo
da preocupação com a violência.
Um promotor foi morto no ano
passado em Minas Gerais, e dois
juízes foram mortos neste ano em
São Paulo e no Espírito Santo.
Membros da magistratura e do
Ministério Público têm, de acordo
com suas leis orgânicas, direito ao
porte de arma para defesa pessoal. Para comprar a pistola calibre .40, necessitam, porém, de autorização do Exército.
Para o presidente da Associação
Nacional dos Procuradores da
República, Nicolao Dino, o dado
sobre compra das pistolas é preocupante. "Evidencia que as instituições estão buscando alternativas de proteção pessoal e reflete a
deficiência do Estado no cumprimento de sua missão constitucional de prestar a segurança pública. Reflete o sentimento de insegurança dessas instituições."
Segundo o Cecomsex, a permissão foi dada depois de pedido de
promotores de Minas e depois de
consulta ao Ministério da Justiça e
ao Supremo Tribunal Federal. Os
interessados têm de enviar os pedidos ao SFPC (Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados
das Regiões Militares). O porte de
arma para membros da Magistratura e da Promotoria se mantém
com o texto do Estatuto do Desarmamento, em tramitação.
A Procuradoria-Geral da República criou em julho uma assessoria de Segurança Orgânica, para
estabelecer uma política de segurança para seus membros. Wilton
Lima, chefe da assessoria, disse
que vê "com cuidado" o uso da
pistola por procuradores, pois ela,
sozinha, não garante segurança.
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