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NATUREZA EM RISCO
Bairro do Pacaembu será o primeiro a participar de programa; para secretário, problema é de saúde pública
Estudo irá mapear infestação de cupins
DA REPORTAGEM LOCAL
Contida, até agora, apenas com
ações pontuais, a infestação de
cupins subterrâneos em São Paulo será alvo de um estudo que
diagnosticará a extensão do problema na cidade.
O projeto-piloto será lançado
na próxima terça-feira, Dia da Árvore, com foco no bairro do Pacaembu (zona oeste). Depois da
primeira fase, prevista para durar
seis meses, o trabalho, desenvolvido pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em parceria
com a prefeitura, será estendido
aos demais bairros.
O Pacaembu foi escolhido para
os primeiros testes por já ter encaminhado um pedido à prefeitura
pedindo uma solução para a infestação nessa área.
"O cupim se tornou um problema de saúde pública", afirma o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Adriano Diogo. Ainda assim, o combate à praga não é feito
de forma articulada na cidade, e
sim centrado em solicitações específicas da população.
A intenção, de acordo com a
coordenadora do projeto, Ligia
Romagnano, é levar as diretrizes
para controle da praga até a esfera
legislativa, por meio da regulamentação do uso de madeira na
construção civil.
"Queremos descobrir as condições que favorecem a presença
dos cupins para fazer um trabalho
preventivo, principalmente nas
áreas de expansão da cidade. E
dar suporte técnico para que, ao
construir ou comprar um imóvel,
a pessoa saiba se pode ter problemas [com esses insetos]", afirma
a pesquisadora.
Os cupins aparecem como o
principal fator de risco na queda
de árvores pela operação Árvore
Saudável. O que complica a situação é o fato, constatado na pesquisa, de que as três espécies mais comuns nas regiões pesquisadas (tipuana, sibipiruna e alfeneiro) são
extremamente vulneráveis à ação
desses insetos, ao contrário, por
exemplo, do alecrim.
Mais de 30% das árvores dessas
três espécies está infestada por cupins, de acordo com resultados
preliminares do estudo.
Imóveis nos Jardins
As edificações também têm sido
atacadas. Um levantamento feito
por Romagnano com base nos
pedidos de descupinização feitos
ao IPT ao longo dos últimos dez
anos mostra que, dos 96 distritos
da cidade, 45 registraram ataques
dos insetos em imóveis -a maioria próxima a regiões centrais da
cidade. Dependendo do tipo de
cupim, as colônias podem durar
mais de 15 anos e congregar milhões de insetos.
A região dos Jardins foi a que
demonstrou ter mais problemas:
foram 96 casos -18% do total, seguida pela Vila Mariana (10%),
Consolação e Perdizes (ambas
com 7%). Como os dados se referem apenas aos registros comunicados ao IPT, o problema pode
ser bem maior, afirma Romagnano, que coordena o projeto-piloto
no Pacaembu.
O levantamento que será feito
considerará as infestações em árvores e imóveis.
(AMARÍLIS LAGE)
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