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Escola infantil terá reajuste acima da inflação
Mensalidades dos colégios do ensino fundamental em SP também sofrerão aumento acima de 4,7%, diz sindicato do setor
Só o ensino médio, que ficou de fora do Supersimples, deverá seguir a inflação; Idec diz que pais devem analisar planilhas antes da matrícula
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O reajuste das mensalidades
das escolas particulares de ensinos infantil e fundamental de
São Paulo ficará acima de 4,7%
-a média da inflação dos últimos 12 meses-, afirma o presidente do Sieeesp (sindicato das
escolas particulares), José Augusto de Mattos Lourenço.
Pela primeira vez nos últimos anos, o sindicato não irá
propor uma taxa-base para o
aumento do próximo ano, sob o
argumento de que não consegue dimensionar o quanto cada
escola pagará a mais de tributos
por causa do Supersimples.
Neste ano, boa parte dos colégios aderiu ao novo regime
que integra impostos municipais, estaduais e federais e que,
segundo o sindicato, acabou
elevando a tributação em até
47% -o que não era esperado,
já que o objetivo do Supersimples era reduzir os impostos. A
regulamentação, porém, saiu
depois da adesão, diz Lourenço.
"O aumento dos custos de cada escola agora varia de acordo
com seu faturamento anual e,
assim, não podemos chegar a
uma base comum", explica
Lourenço. "O que sabemos é
que, com certeza, o reajuste será acima da inflação."
Apenas as escolas de ensino
médio, que não foram incluídas
pela União no Supersimples,
deverão seguir a inflação. Na
sexta-feira, em reunião com os
colégios, o Sieeesp irá divulgar
só a média inflacionária, de
4,7%, calculada com base no
INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e
ICV (Índice de Custo de Vida).
"O melhor é que cada colégio
calcule seus gastos para chegar
ao reajuste", diz. "Também será
preciso analisar a clientela para
não propor aumentos que os
pais não consigam pagar."
A expectativa é a de que o
reajuste seja maior nas escolas
de ensino infantil, já que, em
São Paulo, elas irão perder um
desconto de 50% nos tributos
municipais que tinham desde
2003. Em 2006, lembra Lourenço, a média do aumento da
mensalidade foi de 5%, enquanto a inflação do período ficou em torno de 4%.
Direitos
A advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Maíra Feltrin explica
que os pais devem pedir a planilha que justifica o aumento das
mensalidades antes de assinar
a matrícula. "Pela lei, os colégios devem seguir a inflação e,
se passarem dela, justificar o
reajuste maior."
No caso do Supersimples, ela
sugere que a família veja detalhadamente a explicação sobre
todos os gastos e despesas com
impostos e compare com o reajuste de escolas semelhantes.
"Em caso de dúvida, os pais podem procurar por órgãos de defesa do consumidor. Eles avaliarão se o aumento é abusivo."
O secretário-executivo do
Comitê Gestor do Supersimples, Silas Santiago, afirmou, no
fim de agosto, que "as escolas
estão se aproveitando da situação" e que, pelas suas contas, o
aumento máximo na tributação será de 1,27%.
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