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RETRATO DO BRASIL
Trabalho com carteira assinada cresce 6,1%
Em 2007, número de pessoas com emprego formal no país chegou a 32 milhões; na indústria, total de vagas subiu 4,6%
Nordeste puxou alta, com aumento de 8,5% no total de trabalhadores com carteira; há 8,1 milhões de pessoas desempregadas
DA SUCURSAL DO RIO
O número de trabalhadores
com carteira assinada cresceu
6,1% em 2007 e chegou a 32 milhões de pessoas, segundo dados da Pnad. O percentual de
trabalhadores com emprego
formal chegou a 35,7% no ano
passado, o maior desde o início
da série histórica, em 1992.
Entre as regiões, o destaque
foi o Nordeste, com alta de
8,5% no total de trabalhadores
com carteira. Os empregados
sem carteira tiveram queda de
0,7% em 2007, mas ainda permanecem em número elevado:
20,6 milhões de pessoas.
Para Sonia Rocha, economista do Iets (Instituto de Estudos
do Trabalho e Sociedade), o resultado mostra uma mudança
estrutural do comportamento
das pessoas e do mercado de
trabalho. "Muitas vezes o trabalhador abre mão de um rendimento maior em busca da
carteira assinada. O Ministério
do Trabalho atribui essa melhora ao aumento da fiscalização, mas creio que o efeito ainda é marginal", disse.
A taxa de desemprego recuou
de 8,4% para 8,2% no ano passado. Apesar da redução, a taxa
ainda é superior à verificada em
1997, de 7,8%. Entre as regiões,
houve aumento no Norte de
7,1% em 2006 para 7,8%. No
Sudeste a taxa de desemprego
passou de 9,6% para 9,0% no
período. O número de desempregados caiu 1,8% e ficou em
8,1 milhões de pessoas.
No ano passado, houve um
aumento de 4,6% no contingente de trabalhadores ocupados na indústria. Na prática,
houve um aumento de cerca de
610 mil vagas.
Para Lauro Ramos, do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o resultado
marca uma nova fase após um
ciclo de perda de expressão do
setor industrial.
A construção civil também
registrou expansão de 4,6%. O
setor representa 6,7% da mão-de-obra ocupada no país.
Segundo o IBGE, é resultado
do processo de mecanização no
campo. O total de trabalhadores na agricultura passou de
17,2 milhões para 16,6 milhões.
A pesquisa ainda mostra o
aumento da escolarização no
mercado de trabalho. A população ocupada com 11 anos ou
mais de estudo registrou aumento de 5,9%. Esses trabalhadores representam 39,6% da
mão-de-obra ocupada.
Segundo Cimar Pereira, do
IBGE, o processo de formalização no mercado de trabalho foi
um dos indutores do aumento
do consumo registrado no ano
passado, especialmente da chamada classe C.
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