São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2008

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RETRATO DO BRASIL

20% dos domicílios têm computador com internet

Em 12 meses, 2,1 milhões de casas passaram a ter computador com acesso à rede

Pnad também constatou aumento no serviço de telefonia móvel, que cresce 15% ao ano; 77% dos lares têm algum tipo de telefone

DA SUCURSAL DO RIO

O número de domicílios brasileiros com computador e acesso à internet chegou a 20,4% no ano passado, segundo os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Em 2006, esse percentual era de 16,9%. Em um ano, 2,1 milhões de casas passaram a ter computador com acesso à rede mundial de computadores.
Na série histórica iniciada em 1992 (que exclui a área rural da região Norte e inclui a do Tocantins), a evolução do número de residências com computador com acesso à internet é vertiginosa: em 2001, quando o IBGE começou a coletar dados relativos ao tema, apenas 8,6% das residências estavam conectadas à rede.
O Sudeste permanece sendo a região com o maior percentual de computadores com internet -27,4%. Em seguida, estão as regiões Sul (24%) e Centro-Oeste (18,4%). Os menores percentuais estão no Norte (8,2%) e no Nordeste (8,8%).
Para o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, essa expansão acompanha a melhoria generalizada dos indicadores de renda, mas revela também o que é uma constante das pesquisas do IBGE nos últimos anos: a distribuição melhora, mas o país permanece registrando grande desigualdade.
"Enquanto um em cada lar do Sudeste tem acesso à internet, nas regiões mais pobres esse número não chega a 10%. O Brasil permanece sendo muito desigual entre regiões e faixas de renda", disse.
O número de domicílios com computador (incluindo os que têm acesso à internet e os que não tem) também sobe ano a ano. Em 2001, eram 12,6% dos lares brasileiros; em 2006, 22,4%; no ano passado, chegou a 27%. O economista da Fundação Getúlio Vargas Marcelo Neri, especialista em políticas sociais, ressalta que o maior acesso a computadores e à internet tem efeitos sobre a qualidade de vida dos brasileiros.
"O dado tem impacto sobre o nível de educação e a qualificação profissional dos brasileiros", diz Neri. Ele ainda acrescenta que a expansão "está relacionada fortemente com o aumento da renda e do acesso ao crédito".

Mais telefones
O mesmo fenômeno ocorre com o número de domicílios com telefones celulares, que cresce mais de 15% ao ano. Em 2007, 77% das residências tinham telefone (43,3 milhões) -e 31,6% contavam somente com telefonia móvel (17,8 milhões de casas).
Para efeito de comparação: em 1992, apenas 19% dos lares brasileiros tinham telefone (fixo). Os domicílios brasileiros que não têm telefone- fixo ou celular- caiu à metade desde 2001. Naquele ano, 41,1% das casas não tinham acesso a serviços de telefonia. Em 2007, eram 22,3% de residências.
Já o acesso a bens duráveis, como fogões e geladeiras, permanece em expansão.
O número de lares com geladeiras, por exemplo, passou de 89,8% em 2006 para 91,4% no ano passado. No caso do fogão, esse percentual subiu de 97,8% para 98,2%.


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