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RETRATO DO BRASIL
20% dos domicílios têm computador com internet
Em 12 meses, 2,1 milhões de casas passaram a ter computador com acesso à rede
Pnad também constatou aumento no serviço de telefonia móvel, que cresce 15% ao ano; 77% dos lares têm algum tipo de telefone
DA SUCURSAL DO RIO
O número de domicílios brasileiros com computador e
acesso à internet chegou a
20,4% no ano passado, segundo
os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Em 2006, esse percentual
era de 16,9%. Em um ano, 2,1
milhões de casas passaram a ter
computador com acesso à rede
mundial de computadores.
Na série histórica iniciada
em 1992 (que exclui a área rural
da região Norte e inclui a do Tocantins), a evolução do número
de residências com computador com acesso à internet é vertiginosa: em 2001, quando o IBGE começou a coletar dados relativos ao tema, apenas 8,6%
das residências estavam conectadas à rede.
O Sudeste permanece sendo
a região com o maior percentual de computadores com internet -27,4%. Em seguida, estão as regiões Sul (24%) e Centro-Oeste (18,4%). Os menores
percentuais estão no Norte
(8,2%) e no Nordeste (8,8%).
Para o presidente do IBGE,
Eduardo Nunes, essa expansão
acompanha a melhoria generalizada dos indicadores de renda, mas revela também o que é
uma constante das pesquisas
do IBGE nos últimos anos: a
distribuição melhora, mas o
país permanece registrando
grande desigualdade.
"Enquanto um em cada lar
do Sudeste tem acesso à internet, nas regiões mais pobres esse número não chega a 10%. O
Brasil permanece sendo muito
desigual entre regiões e faixas
de renda", disse.
O número de domicílios com
computador (incluindo os que
têm acesso à internet e os que
não tem) também sobe ano a
ano. Em 2001, eram 12,6% dos
lares brasileiros; em 2006,
22,4%; no ano passado, chegou
a 27%. O economista da Fundação Getúlio Vargas Marcelo
Neri, especialista em políticas
sociais, ressalta que o maior
acesso a computadores e à internet tem efeitos sobre a qualidade de vida dos brasileiros.
"O dado tem impacto sobre o
nível de educação e a qualificação profissional dos brasileiros", diz Neri. Ele ainda acrescenta que a expansão "está relacionada fortemente com o
aumento da renda e do acesso
ao crédito".
Mais telefones
O mesmo fenômeno ocorre
com o número de domicílios
com telefones celulares, que
cresce mais de 15% ao ano. Em
2007, 77% das residências tinham telefone (43,3 milhões)
-e 31,6% contavam somente
com telefonia móvel (17,8 milhões de casas).
Para efeito de comparação:
em 1992, apenas 19% dos lares
brasileiros tinham telefone (fixo). Os domicílios brasileiros
que não têm telefone- fixo ou
celular- caiu à metade desde
2001. Naquele ano, 41,1% das
casas não tinham acesso a serviços de telefonia. Em 2007,
eram 22,3% de residências.
Já o acesso a bens duráveis,
como fogões e geladeiras, permanece em expansão.
O número de lares com geladeiras, por exemplo, passou de
89,8% em 2006 para 91,4% no
ano passado. No caso do fogão,
esse percentual subiu de 97,8%
para 98,2%.
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