São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2008

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RETRATO DO BRASIL

Fecundidade cai para menos de dois filhos por mulher

Fenômeno ocorre pela primeira vez na história; em 1960, a média era de 6,3

Dado mostra que brasileiros estão mais velhos; pessoas com mais de 60 anos já representavam 10,5% da população no ano de 2007

DA SUCURSAL DO RIO

A taxa de fecundidade das brasileiras voltou a cair no ano passado, chegando a 1,95 filho por mulher. Ficou, pela primeira vez na história, abaixo do nível de reposição populacional, que é de dois filhos por mulher.
Para efeito de comparação: em 1960, a taxa de fecundidade do país era de 6,3 filhos por mulher; em 1980, era de 4,4; e, em 2000, havia chegado a 2,3.
O resultado contribui para outra tendência demográfica apontada pelas pesquisas do IBGE nos últimos anos: o Brasil está ficando mais velho. De 2006 para 2007, o número de pessoas com 40 anos ou mais cresceu 4,2%. Já a população de até 14 anos encolheu 0,7%.
No ano passado, os brasileiros com mais de 60 anos já representavam 10,5% da população -aumento de 0,3 ponto percentual na comparação com 2006. Em números absolutos, 878 mil indivíduos a mais.
Entre as regiões, o Sudeste tinha, no ano passado, o maior percentual de pessoas nessa faixa etária: 11,7%. No Norte, só 6,7% da população tinha mais de 60 anos, segundo o IBGE.
"Esse processo de envelhecimento da população levou um século na Europa. Aqui, está ocorrendo em três décadas. Isso terá reflexos no futuro, para o sistema de Previdência e para políticas públicas destinadas à população mais velha", disse Eduardo Nunes, presidente do IBGE, que participou ontem da divulgação da Pnad.

Mulheres são maioria
As mulheres seguem sendo maioria no Brasil, segundo a pesquisa. Em 2007, elas superavam os 97 milhões. Já o número de homens não chegava a 93 milhões. Do total de 189,8 milhões de brasileiros, as mulheres representavam 51,2%. Os homens, 48,8%.
No entanto, nascem mais homens do que mulheres, segundo a Pnad. Se levada em conta apenas a faixa etária que vai de zero a quatro anos, os homens são 7,7% do total da população, contra 7% das mulheres.
Em números absolutos, e contando apenas bebês e crianças de até quatro anos, o número de homens (7 milhões) supera o de mulheres (6,7 milhões).
Essa vantagem masculina vai diminuindo progressivamente nas faixas etárias seguintes, mas se mantém até a população de 19 anos.
É a partir do grupo etário que vai de 20 a 24 anos que as mulheres se tornam preponderantes. A partir daí, a vantagem feminina se alarga progressivamente e atinge o ápice na população com mais de 60 anos. Na terceira idade, são mais de 11 milhões de mulheres, contra 8,8 milhões de homens.


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