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RETRATO DO BRASIL
Fecundidade cai para menos de dois filhos por mulher
Fenômeno ocorre pela primeira vez na história; em 1960, a média era de 6,3
Dado mostra que brasileiros estão mais velhos; pessoas com mais de 60 anos já representavam 10,5% da população no ano de 2007
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de fecundidade das
brasileiras voltou a cair no ano
passado, chegando a 1,95 filho
por mulher. Ficou, pela primeira vez na história, abaixo do nível de reposição populacional,
que é de dois filhos por mulher.
Para efeito de comparação:
em 1960, a taxa de fecundidade
do país era de 6,3 filhos por mulher; em 1980, era de 4,4; e, em
2000, havia chegado a 2,3.
O resultado contribui para
outra tendência demográfica
apontada pelas pesquisas do
IBGE nos últimos anos: o Brasil
está ficando mais velho. De
2006 para 2007, o número de
pessoas com 40 anos ou mais
cresceu 4,2%. Já a população de
até 14 anos encolheu 0,7%.
No ano passado, os brasileiros com mais de 60 anos já representavam 10,5% da população -aumento de 0,3 ponto
percentual na comparação com
2006. Em números absolutos,
878 mil indivíduos a mais.
Entre as regiões, o Sudeste tinha, no ano passado, o maior
percentual de pessoas nessa
faixa etária: 11,7%. No Norte, só
6,7% da população tinha mais
de 60 anos, segundo o IBGE.
"Esse processo de envelhecimento da população levou um
século na Europa. Aqui, está
ocorrendo em três décadas. Isso terá reflexos no futuro, para
o sistema de Previdência e para
políticas públicas destinadas à
população mais velha", disse
Eduardo Nunes, presidente do
IBGE, que participou ontem da
divulgação da Pnad.
Mulheres são maioria
As mulheres seguem sendo
maioria no Brasil, segundo a
pesquisa. Em 2007, elas superavam os 97 milhões. Já o número de homens não chegava a
93 milhões. Do total de 189,8
milhões de brasileiros, as mulheres representavam 51,2%.
Os homens, 48,8%.
No entanto, nascem mais homens do que mulheres, segundo a Pnad. Se levada em conta
apenas a faixa etária que vai de
zero a quatro anos, os homens
são 7,7% do total da população,
contra 7% das mulheres.
Em números absolutos, e
contando apenas bebês e crianças de até quatro anos, o número de homens (7 milhões) supera o de mulheres (6,7 milhões).
Essa vantagem masculina vai
diminuindo progressivamente
nas faixas etárias seguintes,
mas se mantém até a população
de 19 anos.
É a partir do grupo etário que
vai de 20 a 24 anos que as mulheres se tornam preponderantes. A partir daí, a vantagem feminina se alarga progressivamente e atinge o ápice na população com mais de 60 anos. Na
terceira idade, são mais de 11
milhões de mulheres, contra
8,8 milhões de homens.
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