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Nº dos que se declaram pretos segue em alta
DA SUCURSAL DO RIO
A Pnad de 2007 confirmou
uma tendência verificada em
anos recentes: o número de
brasileiros que se autodeclaram pretos (nomenclatura
usada pelo IBGE) está em alta, enquanto os que se declaram brancos está em queda.
O instituto divulgou duas
séries de indicadores. Na primeira, que inclui a população
rural da região Norte, o percentual dos que se autodeclaram pretos subiu de 6,9%
para 7,4%.
Os autodeclarados brancos caíram de 49,7% para
49,4% de toda a população.
Também houve pequena
queda no grupo dos que se
dizem pardos: de 42,6% para
42,3%. O percentual dos que
se autodeclaram amarelos e
indígenas permaneceu estável: 0,8%.
Nomenclatura
O IBGE utiliza as nomenclaturas "preto", "branco",
"pardo", "amarelo" e "indígena" para a classificação de
grupos populacionais pelo
critério de cor ou raça.
Utilizando a série iniciada
em 1992 (e que exclui a população rural dos estados do
Norte, incluindo a do Tocantins), o percentual dos que se
declaram pretos subiu de
5,4% da população para 7,5%
no ano passado.
Já o percentual dos que se
autointitularam brancos
caiu quatro pontos, de 54%
para 50% da população brasileira. O número de pardos
teve um aumento de 1,7 ponto percentual, alcançando
41,8% da população. Os autodeclarados amarelos passaram de 0,4% em 1992 para
0,5% em 2007. E os indígenas, de 0,1% para 0,3% no
mesmo período.
Para o economista Marcelo Paixão, professor da UFRJ
(Universidade Federal do
Rio de Janeiro), dois fatores
contribuíram para o resultado. "Há uma questão propriamente demográfica: a redução da mortalidade infantil para a população negra. E
há um importante fator cultural: um processo de autoidentificação positiva das populações afrodescendentes."
No entanto, na opinião da
professora de antropologia
da UFRJ Yvonne Maggie,
ainda não é possível determinar com precisão os fatores
que explicam essa estatística: "Pode estar ligado a políticas de identidade, mas muitos outros fatores podem estar contribuindo também.
Até porque a categoria "cor"
não significa necessariamente identidade".
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