Governo de SP abre hoje concorrência para contratar construtora que erguerá complexo de edifícios para movimentar região

Como parte do projeto de revitalização da cracolândia, local abrigará Centro Paula Souza e escolas de níveis médio e técnico e de línguas

Divulgação

Perspectiva de área na cracolândia com o prédio de escola que integra projeto de revitalização

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de São Paulo abre hoje uma concorrência pública para contratar a construtora que transformará um quarteirão degradado da cracolândia num moderno e movimentado complexo de edifícios.
Nesse local revitalizado funcionarão a sede do Centro Paula Souza (entidade responsável pelas escolas técnicas e pelas faculdades de tecnologia estaduais) e escolas de níveis médio e técnico e de idiomas. No total, haverá três edifícios.
Esses serão os primeiros prédios públicos erguidos nos últimos anos na cracolândia, a região decadente do centro de São Paulo que a prefeitura rebatizou de Nova Luz.
Desapropriado pelo Estado no ano passado, o quarteirão em questão fica a poucos passos da estação Luz do metrô.
A transferência do Centro Paula Souza, hoje no Bom Retiro, foi articulada entre o Estado e a prefeitura. A ideia é que a presença de alunos (serão 3.240) e funcionários (400) durante o dia e à noite deixe a região mais segura, atraindo escritórios, estabelecimentos comerciais e prédios residenciais.
Dessa forma, a região já não teria motivos para ser conhecida como cracolândia -referência aos usuários de crack que perambulam por suas ruas.
"Alguém precisava ter a coragem e ser o primeiro [a mudar-se para a Nova Luz]", afirma Laura Laganá, diretora superintendente do Paula Souza.
Pelos cálculos do governo, o projeto custará até R$ 57,7 milhões. As construtoras interessadas, porém, deverão oferecer preços menores. O prazo para a conclusão da obra é relativamente curto. Uma vez assinado o contrato com a empresa vencedora, os prédios deverão estar prontos dentro de um ano.
O desenho do novo quarteirão já está pronto e é de autoria dos arquitetos Pedro Taddei e Francisco Spadoni. A fachada dos prédios será feita com telas de aço inoxidável, vidro e concreto aparente.
"É uma releitura contemporânea da arquitetura modernista com elementos de tecnologia avançada", explica Taddei.
Os edifícios se elevarão sobre pilotis de sete metros acima do piso. No meio deles, haverá uma praça arborizada. Entre o novo complexo e as ruas, não haverá muros nem grades.
"Esse novo empreendimento vai fazer muito bem à região", diz a arquiteta Nadia Somekh, professora do Mackenzie e secretária de Planejamento Urbano de São Bernardo. "Seria interessante se Estado e prefeitura fizessem uma articulação para encaminhar os jovens drogados da região para os cursos técnicos instalados ali."
A nova escola se chamará Etec Nova Luz e, além de idiomas e ensino médio, oferecerá cursos técnicos de informática, administração, contabilidade, marketing, modelagem do vestuário e comércio.


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