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Garis iniciam greve na segunda, diz sindicato
Protesto se deve à demissão de trabalhadores após corte de 20% nos valores dos contratos determinado às empresas pela prefeitura
Como varrição é serviço essencial, paralisação não pode atingir mais de 20% dos funcionários; secretário
de Serviços não se pronunciou
AFONSO BENITES
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os trabalhadores que atuam
na varrição das ruas de São
Paulo devem entrar em greve a
partir da próxima segunda-feira. A paralisação foi motivada
pela demissão de 1.868 garis pelas empresas do setor -568 já
foram demitidos em agosto e
1.300 cumprem aviso prévio.
As dispensas ocorreram porque a prefeitura determinou a
redução de 20% nos valores dos
contratos da varrição de ruas e
recolhimento de entulho.
O anúncio da greve foi feito
ontem pelo Siemaco, sindicato
que representa a categoria,
após uma reunião com o secretário municipal de Serviços,
Alexandre de Moraes, representantes das cinco empresas e
do Ministério Público.
Como a varrição é considerada um serviço essencial, a greve
não pode atingir mais de 20%
dos 8.000 funcionários. Ontem
à noite, sindicalistas discutiam
uma escala de paralisações.
"A única maneira de suspendermos a greve é se as empresas nos disserem até domingo
que vão recontratar os demitidos e que não vão demitir
mais", disse o presidente do
Siemaco, Moacyr Pereira.
Pela estimativa das empresas, caso o corte determinado
pela prefeitura não seja suspenso, 3.274 garis podem ser
demitidos até o final do ano.
Ontem, a reportagem não localizou nenhum dirigente do
Selur (Sindicato das Empresas
de Limpeza Urbana), para comentar o assunto.
Procurado por intermédio de
sua assessoria, o secretário Alexandre de Moraes disse que
não iria se pronunciar ontem
sobre as negociações com os
trabalhadores e empresas.
No último dia 11, quando
questionado sobre uma possível paralisação dos garis, o prefeito Gilberto Kassab (DEM)
disse que "não existia a menor
possibilidade de greve".
Na mesma ocasião, Moraes
afirmou que se os trabalhadores parassem, estaria configurado um locaute das empresas
-uma espécie de greve do empregador, que é considerada
ilegal pelo Ministério Público.
"Se houver qualquer tentativa de greve, a [empresa] que fizer vai ser imediatamente afastada, o contrato vai ser anulado", disse o secretário à época.
Contestação
Na sexta-feira, trabalhadores, empresas e prefeitura fazem reunião para discutir a
greve e a redução dos pagamentos. Nesta semana, o Selur contestou o corte. O sindicato diz
que, embora a redução determinada tenha sido de 20% sobre o valor contratual, o reflexo
nas empresas chega a até 40%.
A gestão Kassab afirma que
esses cálculos são irreais.
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