São Paulo, sábado, 19 de setembro de 2009

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Garis iniciam greve na segunda, diz sindicato

Protesto se deve à demissão de trabalhadores após corte de 20% nos valores dos contratos determinado às empresas pela prefeitura

Como varrição é serviço essencial, paralisação não pode atingir mais de 20% dos funcionários; secretário de Serviços não se pronunciou

AFONSO BENITES
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os trabalhadores que atuam na varrição das ruas de São Paulo devem entrar em greve a partir da próxima segunda-feira. A paralisação foi motivada pela demissão de 1.868 garis pelas empresas do setor -568 já foram demitidos em agosto e 1.300 cumprem aviso prévio.
As dispensas ocorreram porque a prefeitura determinou a redução de 20% nos valores dos contratos da varrição de ruas e recolhimento de entulho.
O anúncio da greve foi feito ontem pelo Siemaco, sindicato que representa a categoria, após uma reunião com o secretário municipal de Serviços, Alexandre de Moraes, representantes das cinco empresas e do Ministério Público.
Como a varrição é considerada um serviço essencial, a greve não pode atingir mais de 20% dos 8.000 funcionários. Ontem à noite, sindicalistas discutiam uma escala de paralisações.
"A única maneira de suspendermos a greve é se as empresas nos disserem até domingo que vão recontratar os demitidos e que não vão demitir mais", disse o presidente do Siemaco, Moacyr Pereira.
Pela estimativa das empresas, caso o corte determinado pela prefeitura não seja suspenso, 3.274 garis podem ser demitidos até o final do ano.
Ontem, a reportagem não localizou nenhum dirigente do Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana), para comentar o assunto.
Procurado por intermédio de sua assessoria, o secretário Alexandre de Moraes disse que não iria se pronunciar ontem sobre as negociações com os trabalhadores e empresas.
No último dia 11, quando questionado sobre uma possível paralisação dos garis, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) disse que "não existia a menor possibilidade de greve".
Na mesma ocasião, Moraes afirmou que se os trabalhadores parassem, estaria configurado um locaute das empresas -uma espécie de greve do empregador, que é considerada ilegal pelo Ministério Público.
"Se houver qualquer tentativa de greve, a [empresa] que fizer vai ser imediatamente afastada, o contrato vai ser anulado", disse o secretário à época.

Contestação
Na sexta-feira, trabalhadores, empresas e prefeitura fazem reunião para discutir a greve e a redução dos pagamentos. Nesta semana, o Selur contestou o corte. O sindicato diz que, embora a redução determinada tenha sido de 20% sobre o valor contratual, o reflexo nas empresas chega a até 40%.
A gestão Kassab afirma que esses cálculos são irreais.


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