São Paulo, sábado, 19 de outubro de 2002

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41% dos médicos foram agredidos no trabalho

BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre os médicos da cidade de São Paulo, 41% já foram vítimas de violência física ou verbal em seu local de trabalho. A conclusão é de pesquisa divulgada ontem, Dia do Médico, pelo Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo).
Foram entrevistados 650 médicos ativos domiciliados no município de São Paulo -1,74% da população de médicos da capital paulista. A escolha dos profissionais procurou respeitar as proporções populacionais de homens e mulheres, de domicílios por região da cidade e de tempo de atividade profissional.
O tipo de violência mais frequente foi a ameaça (48,36%), seguida pelo assalto (26,18%) e pela agressão física (14,91%). Entre os outros tipos de violência relatados (10,55%), a agressão verbal foi a mais frequente, seguida pelo sequestro relâmpago na saída ou chegada ao local de trabalho.
Para o presidente do Simesp, José Erivalder Guimarães de Oliveira, grande parte da violência contra os médicos é fruto das dificuldades encontradas pela população para receber atendimento nos serviços de saúde. "O paciente não consegue o que precisa. Como não pode agredir o Estado, a cidade de São Paulo, termina agredindo o médico." O presidente critica ainda a falta de policiamento dentro dos hospitais.
Cerca de 77% dos episódios de violência relatados ocorreram em hospitais públicos, e cerca de 60%, em prontos-socorros. As zonas sul (32,4%) e leste (29,5%) são as que mais reúnem ocorrências.
Nas unidades de saúde do município, existe segurança privada contratada pela Secretaria da Saúde -mas a competência é proteger o patrimônio. "A obrigação de proteger as pessoas é da PM", afirma o chefe de gabinete da Secretaria Municipal da Saúde, Paulo Carrara de Castro.
Segundo a Polícia Militar, nunca houve policiamento efetivo dentro de hospitais. Hospitais e escolas, diz a PM, podem ter unidades específicas, desde que o número de ocorrências na região justifique essa necessidade.


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