|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
41% dos médicos foram agredidos no trabalho
BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre os médicos da cidade de
São Paulo, 41% já foram vítimas
de violência física ou verbal em
seu local de trabalho. A conclusão
é de pesquisa divulgada ontem,
Dia do Médico, pelo Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo).
Foram entrevistados 650 médicos ativos domiciliados no município de São Paulo -1,74% da população de médicos da capital
paulista. A escolha dos profissionais procurou respeitar as proporções populacionais de homens e mulheres, de domicílios
por região da cidade e de tempo
de atividade profissional.
O tipo de violência mais frequente foi a ameaça (48,36%), seguida pelo assalto (26,18%) e pela
agressão física (14,91%). Entre os
outros tipos de violência relatados
(10,55%), a agressão verbal foi a
mais frequente, seguida pelo sequestro relâmpago na saída ou
chegada ao local de trabalho.
Para o presidente do Simesp, José Erivalder Guimarães de Oliveira, grande parte da violência contra os médicos é fruto das dificuldades encontradas pela população para receber atendimento nos
serviços de saúde. "O paciente
não consegue o que precisa. Como não pode agredir o Estado, a
cidade de São Paulo, termina
agredindo o médico." O presidente critica ainda a falta de policiamento dentro dos hospitais.
Cerca de 77% dos episódios de
violência relatados ocorreram em
hospitais públicos, e cerca de
60%, em prontos-socorros. As zonas sul (32,4%) e leste (29,5%) são
as que mais reúnem ocorrências.
Nas unidades de saúde do município, existe segurança privada
contratada pela Secretaria da Saúde -mas a competência é proteger o patrimônio. "A obrigação de
proteger as pessoas é da PM", afirma o chefe de gabinete da Secretaria Municipal da Saúde, Paulo
Carrara de Castro.
Segundo a Polícia Militar, nunca houve policiamento efetivo
dentro de hospitais. Hospitais e
escolas, diz a PM, podem ter unidades específicas, desde que o número de ocorrências na região
justifique essa necessidade.
Texto Anterior: Violência no Rio: Tiroteio entre polícia e tráfico causa pânico Próximo Texto: Panorâmica - Polícia: Presos em SP podem ter ligação com CV Índice
|