|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PERNAMBUCO
Vítimas estavam perto da saída da garagem; moradores de prédio vizinho foram autorizados a retirar pertences
Mais 2 corpos são achados sob escombros
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Mais dois corpos foram encontrados ontem sob os escombros
do edifício Areia Branca, de 12 andares, que desmoronou na noite
de quinta-feira passada, em Jaboatão dos Guararapes (região
metropolitana de Recife, PE).
Com isso, subiu para três o número de mortos no acidente.
Uma pessoa ainda está desaparecida. Das vítimas encontradas ontem, apenas uma havia sido reconhecida até as 22h, o bombeiro
Alcebíades Júnior, 32.
Os corpos estavam na rampa de
acesso à garagem do subsolo, onde Alcebíades Júnior, que trabalhava como segurança do condomínio, acompanhava o trabalho
de avaliação da estrutura do prédio, realizado por operários de
uma empresa.
Quatro pessoas foram soterradas: o bombeiro, o porteiro Antonio Félix dos Santos, 38, e os operários Ivanildo Martins dos Santos, 21, e Cícero Júnior Lima da
Silva, 21. O corpo do porteiro foi
encontrado sexta-feira.
As equipes de resgate trabalhavam com a possibilidade de encontrar as vítimas ainda com vida. Equipes de 40 bombeiros se
revezavam em turnos ininterruptos. Tratores e caminhões retiravam toneladas de entulhos.
Vigília
Às 11h20, as máquinas pararam.
Os policiais militares formaram
um cordão humano para isolar a
área, que já estava cercada por
cordas. O anúncio de que um corpo havia sido encontrado provocou apreensão entre parentes e
amigos dos desaparecidos, que
permaneciam em vigília.
A tensão aumentou às 13h, ainda durante a tentativa de resgate,
quando mais um corpo foi localizado. A quantidade de pedras e o
risco de deslizamento dificultaram os trabalhos dos bombeiros,
que só conseguiram retirar uma
das vítimas no final da tarde.
Antes mesmo de os corpos serem removidos, as famílias dos
desaparecidos seguiram para o
IML (Instituto de Medicina Legal), em Recife, onde seria feito o
reconhecimento.
Interdição
A área próxima ao desmoronamento continua interditada, e não
há previsão de quando a situação
será normalizada.
Ontem, moradores de um dos
prédios vizinhos ao Areia Branca,
o Vilma Lúcia, foram autorizados
a retornar aos apartamentos, em
pequenos grupos, para a retirada
de objetos pessoais.
A mesma autorização foi negada aos moradores do edifício Solar de Piedade, atingido por destroços do desabamento. Apesar
do parecer inicial de peritos, que
não constataram danos na estrutura do prédio, os apartamentos
deverão continuar fechados por
pelo menos 30 dias.
Esse é o tempo esperado para
que sejam realizados os reparos
necessários no edifício, que apresenta buracos com até quatro metros de extensão nas paredes laterais, em 5 dos 12 andares.
O edifício Areia Branca desabou
às 20h30 de quinta-feira, após
uma série de estalos ouvidos desde terça-feira. As famílias deixaram o local às 2h do mesmo dia.
O prédio, situado em uma região de classe média alta de Jaboatão dos Guararapes, no bairro de
Piedade, a 50 metros da praia, tinha 12 andares, com dois apartamentos de 220 metros quadrados
cada um por andar.
As causas do acidente ainda são
desconhecidas. A Polícia Civil
abriu inquérito ontem para apurar eventual responsabilidade criminal no caso.
Texto Anterior: Presos 3 após roubo a churrascaria no Paraíso Próximo Texto: Rio lá fora: "Tocamos em nervo exposto", diz britânico Índice
|