|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prefeitura decide fechar lojas em Moema
Segundo a administração municipal, comerciantes da avenida dos Eucaliptos estão em desacordo com lei de zoneamento
Segundo a prefeitura,
comércio gera trânsito em
área residencial; para
lojistas, trânsito decorre da
presença de shopping
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo decidiu fechar 48 lojas da avenida
dos Eucaliptos, em Moema (zona sul). Ontem, 12 delas já haviam baixado as portas antes de
serem lacradas por falta de alvará ou por estarem em desacordo com a lei de zoneamento.
Como a maioria descumpriu
a ordem de duas semanas e
meia atrás, uma ação estava
prevista para a 1h de hoje para
que os estabelecimentos amanhecessem interditados com
lacre. Ação idêntica está prevista para as 14h na rua Alvarenga,
no Butantã (zona oeste).
O que diz a Subprefeitura da
Vila Mariana: a via é classificada como "zona de centralidade
linear". Noutras palavras, não
pode ter comércio para não gerar trânsito na área residencial.
O que dizem os lojistas: a Eucaliptos serve de ligação entre a
Santo Amaro e a Ibirapuera, e
os carros que por ali passam
têm o shopping como destino.
Muitos dos comerciantes dali dizem estar no local há 15 ou
20 anos sem alvará e que, mesmo assim, a prefeitura cobra os
impostos devidos. A subprefeitura atribui a demora da vistoria ao número baixo de fiscais
(17) para toda a região.
"Tem de respeitar o zoneamento. Isso é definitivo, não
tem jeito. Quando começa assim, a rua seguinte vai ter o
mesmo destino. A deterioração
dos bairros começa desse jeito", diz o secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo.
"A desculpa é o trânsito, mas
se fecharem a Eucaliptos, terão
de fechar Moema inteiro", diz
Alexandra Marcela Chioccarello, dona da Cia das Capas.
"Não é que vá deixar de ter
atividades. O que vai ter é uma
troca de estabelecimentos por
outros. A rua tem zoneamento
que permite atividades profissionais, como escritórios de arquitetura", afirma o subprefeito interino da Vila Mariana,
Alexandre Modonese.
Para urbanistas ouvidos pela
Folha, caso o comércio fosse
definitivamente suprimido, é
pouco provável que a Eucaliptos voltasse a ser a rua residencial que foi no passado. Como
as casas estão hoje estruturadas como lojas (sem divisão de
quarto/sala/cozinha), corre-se
o risco de ficar abandonada.
Mobilizados, os lojistas criaram uma comissão e pediram
ao vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), presidente da Casa, que apresente um projeto de
lei que mude a classificação da
região, liberando os negócios.
Para Rodrigues, o projeto visa
legalizar uma situação que perdura "há mais de 20 anos".
Texto Anterior: Outro lado: Advogado diz desconhecer acusações Próximo Texto: Projeto de Kassab incentiva fachadas novas Índice
|