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Coronel defende ação da PM no caso Eloá
Comandante diz que Nayara voltou ao prédio para negociar com criminoso, mas que ela não deveria ter entrado em apartamento
"Encarei aquela ocorrência como seu meu filho estivesse lá dentro. Eu colocaria meu filho no lugar da Nayara", afirmou Félix
Robson Ventura/ Folha Imagem
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Comandantes Adriano Giovanni (esq.) e Dipieri (dir.) e col. Felix (centro) durante coletiva
DA REPORTAGEM LOCAL
O coronel Eduardo José Félix, comandante do Batalhão de
Choque da Polícia Militar de
São Paulo, disse ontem que colocaria um filho seu no lugar de
Nayara Rodrigues da Silva, 15,
que retornou ao apartamento
por orientação da polícia depois de ter sido libertada e acabou sendo baleada na boca.
Félix foi responsável pela
operação de resgate das meninas. Nayara e Eloá Cristina Pimentel foram baleadas. Eloá,
ex-namorada de Lindemberg,
continua em estado gravíssimo
no Centro Médico Hospitalar
do Município de Santo André.
As garotas haviam sido seqüestradas na segunda-feira
dentro do apartamento da família de Eloá pelo ex-namorado dela, Lindemberg Fernandes Alves, 22, que foi preso,
após cerca de cem horas.
O coronel defendeu a ação do
Gate (Grupo de Ações Táticas
Especiais) e disse que a equipe
foi pega de surpresa, quando
Nayara entrou novamente ao
apartamento, dois dias após ter
sido libertada.
"Encarei aquela ocorrência
como seu meu filho estivesse lá
dentro. Eu colocaria meu filho
no lugar da Nayara", afirmou
Félix, ao ser indagado sobre os
riscos que a menina correu.
O coronel autorizou que Nayara voltasse ao apartamento a
pedido de Lindemberg para auxiliar na negociação -ela acabou entrando no apartamento
e voltou a ser refém. A decisão
foi criticada por especialistas
em negociações de casos de seqüestro, em razão dos riscos.
Na versão do oficial da PM, o
seqüestrador havia exigido a
presença de Nayara e um irmão
dela, que seria o melhor amigo
de Lindemberg, o que foi aceito
pela equipe de negociadores.
O plano do Gate, disse o coronel, era fazer com que o irmão
convencesse Lindemberg a desistir "da idéia de se matar".
"A mãe autorizou, e o grupo
analisou. Até onde ela iria não
ia ter risco nenhum. O que
ocorre é que o irmão parou [antes de chegar à porta], e ela não
parou. Foi uma reação dela, o
que não esperávamos. Não passou pela cabeça da equipe que
ela fosse entrar", disse.
A todo momento, o coronel
afirmava que o Gate só decidiu
invadir o apartamento após a
equipe que estava ao lado ouvir
um tiro disparado pelo rapaz.
Também relatou que o explosivo colocado na porta do apartamento não foi suficiente para
permitir a entrada da equipe de
resgate, porque Lindemberg
havia colocado móveis para impedir a invasão.
A todo momento, o coronel
atribuía o desfecho do caso ao
desequilíbrio de Lindemberg e
dizia que a competência do Gate não poderia ser questionada.
"Esse final não foi produzido
pelo Gate. Foi produzido por
ele [Lindemberg]."
Segundo o coronel, foi encontrado no apartamento um
revólver calibre 22 com cinco
projéteis disparados. Dois deles
atingiram Eloá, um, Nayara,
outro na parede e o último, provavelmente, no escudo do Gate.
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