São Paulo, segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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NICODEMO SPOSATO NETO (1941-2009)

Na busca pelo sossego, o jornalista encontrou sua luta

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nicodemo Sposato Neto mudou-se para Cotia (SP) nos anos 1990 atrás de tranquilidade. Na época, ele e mulher, Hiroko, tinham uma filha pequena. Ir para o meio do mato, como dizia, era uma forma de diminuir as despesas.
Ledo engano. O tempo passou e as ruas da região, que eram públicas, foram sendo fechadas. As entradas do bairro ganharam guaritas e vigilantes particulares. Nicodemo, quando se deu conta, estava morando em um condomínio fechado. Todo mês, recebia em sua casa uma conta para pagar.
Recusou-se a custear algo com que não concordava e, em 2000, sua dívida chegava a R$ 7.000. Foi acionado judicialmente e fez um acordo. As contas, diz a mulher, continuam chegando todo mês. A experiência serviu para alguma coisa. Jornalista também formado em direito, ele criou a Avilesp (Associação das Vítimas de Loteamentos do Estado de SP), para ajudar pessoas em situação parecida.
Era muito idealista, afirma Hiroko, e estava sempre em reunião para discutir o tema.
Seu sonho era ver a associação e os condomínios em perfeita harmonia. Foi num desses encontros, na terça-feira, que um infarto o matou, aos 68 anos, poucos dias depois de conhecer o primeiro neto, nascido em Aracaju (SE), onde mora sua filha do primeiro casamento. A missa de sétimo dia será amanhã, às 19h30, na igreja Matriz de Cotia.

coluna.obituario@uol.com.br


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