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NICODEMO SPOSATO NETO (1941-2009)
Na busca pelo sossego, o jornalista encontrou sua luta
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Nicodemo Sposato Neto
mudou-se para Cotia (SP) nos
anos 1990 atrás de tranquilidade. Na época, ele e mulher,
Hiroko, tinham uma filha pequena. Ir para o meio do mato, como dizia, era uma forma
de diminuir as despesas.
Ledo engano. O tempo passou e as ruas da região, que
eram públicas, foram sendo
fechadas. As entradas do bairro ganharam guaritas e vigilantes particulares. Nicodemo, quando se deu conta, estava morando em um condomínio fechado. Todo mês, recebia em sua casa uma conta
para pagar.
Recusou-se a custear algo
com que não concordava e,
em 2000, sua dívida chegava a
R$ 7.000. Foi acionado judicialmente e fez um acordo. As
contas, diz a mulher, continuam chegando todo mês.
A experiência serviu para
alguma coisa. Jornalista também formado em direito, ele
criou a Avilesp (Associação
das Vítimas de Loteamentos
do Estado de SP), para ajudar
pessoas em situação parecida.
Era muito idealista, afirma
Hiroko, e estava sempre em
reunião para discutir o tema.
Seu sonho era ver a associação e os condomínios em perfeita harmonia.
Foi num desses encontros,
na terça-feira, que um infarto
o matou, aos 68 anos, poucos
dias depois de conhecer o primeiro neto, nascido em Aracaju (SE), onde mora sua filha
do primeiro casamento. A
missa de sétimo dia será amanhã, às 19h30, na igreja Matriz de Cotia.
coluna.obituario@uol.com.br
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