|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Fim de bairro em Cubatão é fundamental, diz governo
Coordenador de programa afirma que retirada dos moradores é legal
Prefeita diz que vai tentar negociar depois do término da eleição à Presidência; moradores
pretendem ir à Justiça
Moacyr Lopes Junior/Folhapress
|
|
Rua do Água Fria, bairro ilegal em Cubatão (SP) que será desapropriado pelo governo para dar lugar a jardim botânico
DE SÃO PAULO
ENVIADO A CUBATÃO
O governo de SP diz que a
retirada dos moradores da
área do Jardim Botânico de
Cubatão será feita dentro da
lei, que ela é fundamental
para a recuperação ambiental da região e que não pode
ser alterada porque é exigência de um acordo firmado
com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
"Nada foi feito contra a
lei", diz o coronel Elizeu
Eclair, coordenador-geral do
Programa de Recuperação
Socioambiental da Serra do
Mar. É nesse programa, criado em 2007, que está o Jardim Botânico. A área integra
o programa "21 Projetos Ambientais Estratégicos", uma
espécie de plano de metas do
governo para o setor.
O governo tem, segundo
Eclair, duas justificativas para tocar o projeto mesmo com
a oposição da prefeitura e
dos moradores: uma ambiental e outra judicial.
"O bairro Água Fria está
totalmente no Parque da Serra do Mar, ao lado do rio Cubatão, onde são captados
70% da água que abastece a
Baixada Santista." O bairro
não tem rede de esgoto.
A retirada das famílias foi
determinada por decisão judicial de 1991 -quando o Estado ganhou ação de reintegração de posse- e outra de
1999 -ação da Promotoria.
No total, o programa deve
retirar cerca de 5.500 famílias
do parque, a maioria nos
bairros-cota (que estão acima de determinada altitude).
Até agora, 512 já saíram de
forma voluntária. As famílias
retiradas irão para imóveis
da CDHU, com parte do financiamento subsidiado.
Há programas habitacionais em andamento em Cubatão e outras cidades.
REUNIÕES
Eclair afirma que, além de
ser conhecido desde 2007, o
projeto foi alvo de "vários"
encontros com moradores e
com a gestão anterior da prefeitura. "Conheço cada um
dos moradores da área."
Ele criticou a oposição ao
projeto da atual gestão, comandada pela prefeita Márcia Rosa (PT). "Acho um absurdo pessoas públicas, que
são réus como o Estado, serem contra o projeto."
A prefeita diz que suas críticas são vistas com ressalvas
por conta da eleição presidencial. "Tudo o que digo é
encarado como se tivesse
motivação eleitoreira." Ela
afirma que vai procurar o governo para conversar assim
que terminar a eleição.
Ivan Hildebrando, presidente da Sociedade de Melhoramentos de Água Fria,
diz que o "Movimento Água
Fria Urgente", que integra,
pretende ir à Justiça. "Somos
legítimos moradores."
Texto Anterior: Jardim botânico na serra do Mar vai "engolir" bairro Próximo Texto: Casa abrigou 4 gerações da mesma família Índice | Comunicar Erros
|