São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2011

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Governador culpa os EUA por envio de lixo hospitalar

Eduardo Campos (PSB) chamou de 'bandido' responsável pela importação

Para governador houve falha na fiscalização americana; lojistas planejam fazer recall das roupas suspeitas

Bira Nunes /Jc Imagem/Folhapress
Anvisa faz inspeção em galpão da Império Forro de Bolso, que importou o lixo hospitalar

GUSTAVO MAIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RECIFE
FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE (PE)

Três dias após a Folha revelar que lençóis com nomes de hospitais americanos são revendidos em Santa Cruz do Capibaribe (205 km de Recife), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), culpou os EUA pela importação do lixo hospitalar. Ele disse que houve "falha" na fiscalização.
Em entrevista coletiva, Campos chamou de "bandido" o empresário responsável pela importação e uso de lixo hospitalar em confecções. "Quem falhou primeiro foram eles. Não é justo que um bandido nos EUA e outro aqui prejudiquem um polo de confecção, que emprega quase 150 mil pessoas", disse.
Ontem, o governador convocou autoridades sanitárias e policiais para uma reunião. Foram anunciadas a criação de um comitê de gestão de crise e o lançamento de uma campanha publicitária para divulgar o setor têxtil pernambucano pelo país. Ontem, lençóis descartados foram encontrados em um hotel de Timbaúba (PE).
Campos afirmou ainda que vai pedir ao Itamaraty uma reclamação formal aos EUA. "Consultamos infectologistas e eles garantiram que o consumidor não corre nenhum risco", disse Campos. À Folha o clínico-geral do Hospital das Clínicas de São Paulo Arnaldo Lichtenstein disse, no entanto, que tecidos descartados por hospitais oferecem risco de contaminação caso não tenham sido esterilizados de forma correta.
Pessoas que tiverem contato direto com o material podem contrair doenças como hepatite A e B, diz o médico. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Cruz do Capibaribe prepara um recall de roupas feitas o lixo hospitalar importado pela Império do Forro de Bolso.
Os lojistas pretendem recolher peças que ainda estão nas lojas e contatar clientes da importadora. A Vigilância Sanitária será requisitada para vistoriar o material.

Colaborou JEAN-PHILIP STRUCK, de São Paulo


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