|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Oposição diz que prefeitura vai lotear postos; governo alega que projeto faz parte da implementação das subprefeituras
Marta quer criar 445 cargos sem concurso
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A menos de um ano da eleição,
chegou ontem à Câmara Municipal um projeto da prefeita Marta
Suplicy (PT) que cria 445 novos
cargos na administração.
A prefeitura não terá de fazer
concurso público para nomear
esses 445 novos servidores, que
poderão ser escolhidos pelo critério que a administração fixar.
O envio do projeto despertou
críticas de que a administração
petista criou os cargos para distribuir entre vereadores da base aliada, como ocorria em gestões anteriores com as administrações regionais.
Além disso, para a oposição à
prefeita, esses novos funcionários
poderão ser utilizados para fazer
campanha eleitoral para Marta no
ano que vem. A prefeita já anunciou recentemente que será candidata à reeleição.
A criação dos novos cargos faz
parte justamente da implementação das subprefeituras, que substituíram as administrações regionais no ano passado.
Na explicação do projeto que
chegou à Câmara Municipal, a
prefeitura diz que as mudanças
são voltadas à "agilização dos
processos de trabalho por meio
de estruturas enxutas e flexíveis".
Distribuição de cargos
Para o vereador William Woo
(PSDB), de oposição, a medida
serve apenas para "fortalecer os
partidos que apóiam a prefeita" e
contraria o discurso de contenção
de gastos da atual administração.
Ao todo, o projeto vai custar
mais R$ 3,2 milhões mensais ao
Executivo paulistano, cerca de R$
38,4 milhões ao ano. Com esse dinheiro, seria possível construir
dois CEUs (Centros Educacionais
Unificados, os "escolões").
O líder do governo no Legislativo, João Antonio (PT), rebateu
Woo e explicou que o projeto dá
continuidade à descentralização
administrativa impulsionada pela
criação das 31 subprefeituras.
Sobre as críticas de uso eleitoral
dos cargos, o vereador afirmou
que "a oposição vê qualquer atividade da prefeita como política e
está preocupada apenas com a
eleição, enquanto nós estamos
preocupados com a cidade".
O petista falou que não haverá
distribuição política dos cargos e
que, se a prefeita receber indicações, fará as nomeações com base
somente na "competência".
Reestruturação
Além desses 445 novos postos,
serão remanejados outros 771
empregados que já fazem parte
do quadro de funcionários da
prefeitura paulistana e entraram
por meio de concurso.
No total, o projeto mexe então
com 1.216 cargos. Esses 771 servidores que serão remanejados estão, em sua maioria, subordinados atualmente a secretarias. Passarão a responder diretamente às
subprefeituras. Os 771 cargos serão extintos nas secretarias.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Só 45 mil pedem anistia a imóvel irregular; prazo termina na 2ª Índice
|