São Paulo, sábado, 19 de novembro de 2005

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TRANSPORTES

Manifestantes são contrários a aumento da tarifa em Recife

Em protesto, estudantes depredam ônibus em PE

Beto Figueiredo/JC Imagem
Estudante lança extintor de incêndio em ônibus em protesto contra aumento da tarifa de ônibus de R$ 1,50 para R$ 1,65 em Recife


DA AGÊNCIA FOLHA

Pelo segundo dia seguido, Recife viveu uma onda de violência e depredações durante protesto de estudantes secundaristas e universitários contra o aumento da passagem de ônibus na cidade. Cerca de 30 ônibus foram depredados durante as manifestações. Quatro pessoas ficaram feridas e pelo menos 40 foram detidas.
Durante os confrontos, a polícia usou bombas de efeito moral. Os estudantes, pedras e até extintores de incêndio. As tarifas na cidade subiram, no último domingo, de R$ 1,50 para R$ 1,65. São 1,8 milhão de usuários, para 2.700 ônibus em 363 linhas na região metropolitana.
A Empresa Metropolitana de Transporte Urbano informou que 32 ônibus haviam sido depredados entre a noite de anteontem e o final da tarde de ontem.
Segundo a Polícia Militar, uma pedra lançada por um estudante contra o vidro de um ônibus causou ferimentos em uma cobradora que estava no veículo.
Uma das lideranças do movimento estudantil, Geraldo Vilar Filho, 26, presidente da UEP (União dos Estudantes de Pernambuco), disse que as pessoas que foram identificadas quebrando ônibus não são ligadas ao movimento estudantil. "Nosso protesto é pacífico e não temos nada a ver com as depredações."
Até o final da tarde, o trânsito nas principais ruas de Recife permanecia caótico com as passeatas realizadas pelos estudantes. Segundo estimativa da PM, cerca de 400 manifestantes participavam dos protestos pelas principais ruas e avenidas de Recife.
No início da noite, na avenida Conde da Boa Vista, manifestantes montaram uma barreira com sacos de lixo e atearam fogo improvisando uma barricada.
A onda de violência teve início na noite de quinta-feira, no parque 13 de Maio, no centro, em frente à Câmara Municipal.
Segundo Luiz de França e Silva Meira, comandante da PM de Pernambuco, bombas de efeito moral foram lançadas em direção aos manifestantes. Vinte estudantes foram detidos na noite de quinta-feira e liberados posteriormente. O presidente da UEP negou que os manifestantes tenham atacado os policiais militares e disse que houve excesso por parte do batalhão de choque. (JOSÉ EDUARDO RONDON)

Colaborou FÁBIO GUIBU, da Agência Folha, em Recife


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