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Para sindicalista, projeto para servidores precisa de ajustes
Diretor do sindicato teme que possam ocorrer injustiças por conta da política de avaliação
Ele, porém, lembra que foi feito algo pela categoria, "há muitos anos sem aumento"; para a oposição, faltou discutir mais a proposta
DA REPORTAGEM LOCAL
O projeto do governo José
Serra para os servidores de São
Paulo contempla reivindicações do funcionalismo, "que está há muitos anos sem aumento", mas precisa de ajustes, afirma Jorge Luiz Grappeggia, diretor do Sindicato dos Servidores do Estado de São Paulo.
As diversas categorias do
funcionalismo de São Paulo
vêm se reunindo nas últimas
semanas para avaliar a proposta enviada pelo governo à Assembléia Legislativa.
Diante do emaranhado de legislações específicas, decisões
na Justiça que deram ganho de
causa a parte do funcionalismo
e à pulverização do movimento
sindical, a categoria busca um
discurso de consenso sobre como encaminhar o pedido de
mudanças aos deputados.
A principal crítica, afirma o
sindicalista, é não haver no projeto a previsão de um aumento
do salário-base, utilizado para
calcular as gratificações e outras vantagens, suficiente para
recompor as perdas salariais
dos últimos anos.
"Ocorre que esses valores [do
salário-base] são muito baixos.
Se o base é de R$ 500 e a pessoa
ganha R$ 5.000, a gratificação
de 10% é calculada sobre o valor
menor", diz o sindicalista.
Outra falha, diz, é que, ao estabelecer uma política de avaliação em que apenas os 20%
mais bem avaliados terão promoção, o Estado pode vir a cometer algum tipo de injustiça.
"O servidor está fazendo aquele
serviço durante dez, 20 anos, e
surge a idéia da avaliação. Se está ali, é claro que é qualificado."
Salários discrepantes
Grappeggia diz que, se a fórmula de avaliação não for bem
elaborada, pode fazer com que
servidores com desempenho
semelhante passem a ganhar
salários discrepantes, gerando
descontentamentos entre os
próprios colegas.
Já o líder do PT na Assembléia Legislativa, deputado Roberto Felício, criticou a forma
como o projeto chegou à Casa,
"sem discussão" prévia com o
funcionalismo.
"É um assunto tão intrincado
que nós, deputados, e os sindicatos planejamos organizar um
seminário para avaliar tudo.
Mexe com muita gente", afirma
Felício, ele próprio oriundo do
movimento sindical do funcionalismo do Estado de SP.
Segundo Felício, a oposição
vai tentar incluir no projeto
uma emenda que garanta reajustes nas gratificações mantidas pelo projeto.
"Do jeito que está, não existe
segurança jurídica de que essas
gratificações serão reajustadas
todos os anos. Mas há uma contradição, pois o governo fala em
acabar com as gratificações."
O projeto enviado pelo governador José Serra ainda não
tem data para ser colocado em
votação.
(RP e JEC)
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