Duas cadeiras se soltaram e desceram em grande velocidade, chocando-se com os assentos que estavam à sua frente

Três pessoas caíram de uma altura de quatro metros; segundo a polícia de Canela, uma corrente se rompeu e provocou o acidente

1º BPAT/Brigada Militar

Teleférico de Canela (RS), onde um acidente deixou sete pessoas feridas na tarde de anteontem

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Um acidente no teleférico de Canela (122 km de Porto Alegre) deixou sete turistas feridos. Eles são do Rio, de Minas Gerais e do Maranhão e faziam uma excursão à Serra Gaúcha. Quatro deles permaneciam internados ontem.
O acidente aconteceu por volta das 13h de anteontem, quando duas cadeiras se soltaram e desceram em grande velocidade, chocando-se com outros assentos.
De acordo com os bombeiros, três pessoas caíram de uma altura de quatro metros. Outras quatro se feriram com a batida e ficaram presas. Uma oitava pessoa, que estava em um dos assentos atingidos, sofreu apenas escoriações leves.
Os turistas foram levados a um hospital de Canela. Quatro deles tiveram fraturas. A vítima em situação mais grave é Salvador Valente, 67, que fraturou a bacia e teve de ser transferido para Porto Alegre.
O resgate demorou duas horas porque o local do acidente é de difícil acesso. "Foi bastante difícil, porque tivemos que descer um trecho de declive acentuado e com matagal, e depois subir carregando quatro feridos em macas", contou o tenente Hamilton Rezer, que comandou o resgate. Além de seis bombeiros, outros turistas ajudaram a socorrer as vítimas.
A causa do problema foi o rompimento de uma corrente responsável pela tração dos assentos, segundo a polícia. A perícia da Polícia Civil esteve no local. O laudo deverá ficar pronto em 30 dias.
O delegado Luís Rogério de Lima, que preside o inquérito aberto para investigar as circunstâncias do acidente, disse que a corrente que se rompeu havia sido instalada havia 15 dias. Os peritos consideram três hipóteses para explicar o rompimento da corrente de tração no teleférico: negligência na manutenção do equipamento, defeito de fabricação ou falha no projeto original.
Criado em 1997, o parque do Teleférico é um dos atrativos mais procurados de Canela, cidade que atrai 2 milhões de visitantes por ano.
No ano passado, 60 mil pessoas fizeram o passeio, que consiste em um percurso de 415 metros realizado em cadeiras duplas suspensas por cabos sobre um trecho de serra até a cascata do Caracol.

Outro lado
O parque, que é privado, nega que tenha havido negligência na manutenção dos equipamentos. "Nós temos uma equipe de manutenção permanente, que faz a revisão de todo o equipamento, incluindo as torres e os cabos de aço. Nunca tinha acontecido antes", afirmou o gerente, Pompeu Dias.
Segundo ele, a empresa está dando assistência aos turistas feridos e vai se responsabilizar pelas despesas médicas.


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