|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prefeitura diz ter solução definitiva para o Jd. Pantanal
Área que dará lugar a parque linear deve ser desocupada até fevereiro; técnicos dizem que a água só irá baixar quando parar de chover
Ninguém que teve a casa alagada ficou sem opção, segundo a prefeitura; "se a pessoa não saiu, foi porque não quis", diz subprefeito
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão Gilberto Kassab
(DEM) espera remover até o final de fevereiro todas as famílias que hoje moram irregularmente em áreas alagáveis do
Jardim Pantanal, na zona leste
da capital. Desde o último dia 8,
a região vem sendo castigada
pelas fortes chuvas e tem ruas
inteiras transformadas em rios
contaminados de esgoto.
O espaço hoje ocupado pelas
construções dará origem ao
Parque Linear Várzea do Tietê,
cuja implantação foi anunciada
em maio e agora está sendo
acelerada como forma de amenizar as enchentes na região.
Segundo a superintendente
de Habitação Popular da Sehab
(Secretaria de Habitação), Elizabete França, serão oferecidas
algumas opções habitacionais
para que os moradores deixem
o local e encontrem uma moradia definitiva onde não haja risco de inundação.
Como alternativa imediata, a
partir de segunda-feira começará a ser pago um auxílio aluguel no valor de R$ 300 a famílias já cadastradas. De acordo
com a administração, o benefício será concedido pelo tempo
necessário para a família encontrar onde morar.
Segundo Carlos Fortner, da
Secretaria Municipal do Verde
e Meio Ambiente, os técnicos
da prefeitura concluíram não
existir qualquer forma de melhorar as condições de vida das
populações que hoje se encontram nessas áreas, a não ser
com a remoção. "Trata-se de
uma região em que, se chover
intensamente, inunda. A água
fica acumulada em um nível
mais baixo do que do próprio
Tietê, encharca o solo e não há
nada que se possa fazer."
Entre as opções definitivas, a
prefeitura deve oferecer moradias em terrenos da Cohab
(Companhia Metropolitana de
Habitação) em Guaianazes,
Itaim Paulista e Cidade Tiradentes, todos na zona leste. Já a
CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo)
ofereceu cem apartamentos
que serão ocupados por famílias em situação de emergência.
Outra alternativa é a compra
de imóveis pelo Fundo de Habitação Social, que, segundo a
superintendente da Sehab, é
uma solução mais rápida do
que o fornecimento de uma
carta de crédito.
A prefeitura estuda ainda levar famílias para imóveis desocupados da área central, onde
há infraestrutura e oferta de
emprego. Há também a proposta de alterar o zoneamento
de áreas próximas ao Jardim
Pantanal, mas fora da região
que dará lugar ao parque, para
que sejam adensadas, incorporando moradores que antes viviam em locais de risco.
Segundo a prefeitura, ninguém que teve a casa afetada
pelas cheias ficou sem opção de
onde ir. "Foi oferecido atendimento. Se a pessoa não saiu, foi
porque não quis", disse o subprefeito de São Miguel Paulista
(zona leste), Milton Persoli.
De acordo com ele, quatro
abrigos foram disponibilizados
para atender às vítimas da enchente, mas houve quem preferisse se manter na casa alagada,
com medo de abandonar os
pertences e ser saqueado. Outros ainda optaram por ficar na
residência de parentes.
Houve também quem tivesse
receio de deixar a casa e depois
ficar sem ter onde morar. Por
conta disso, ontem pela manhã
o prefeito Gilberto Kassab
(DEM) afirmou que serão dados documentos como garantia
do auxílio da prefeitura.
"Imagine uma família à qual
restou como último recurso
morar em um lugar desse. É
uma família muito insegura. O
trabalho das assistentes sociais
é mostrar que o recurso do aluguel é definitivo, que continuará existindo até ficar pronta a
nova moradia", disse.
Texto Anterior: Faxineiros de prédios ajudam em limpeza Próximo Texto: Área alagada terá posto do PoupaTempo Índice
|