São Paulo, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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Musas do Carnaval aderem a injeções de CO2

Rainhas de bateria injetam gás carbônico contra celulite e flacidez; falta estudo sobre eficácia e risco, dizem médicos

AUDREY FURLANETO
DA SUCURSAL DO RIO

Gracyanne Barbosa, rainha de bateria da Vila Isabel, já injetou gás carbônico na parte posterior das coxas e nas olheiras. "Reduz medidas e rejuvenesce", diz. Ela tem 25 anos. Renata Santos, 28, rainha da Mangueira, estava com o abdômen roxo por causa da aplicação. Thatiana Pagung, 29, da Mocidade, também já usou o CO2.
Elas descobriram a carboxiterapia, injeção de gás carbônico sob a pele, para a redução de medidas, celulite e flacidez em clínicas estéticas do Rio. "O carbox é bom porque oxigena e tira a celulite", diz Thatiana, que ganha as sessões, mas sabe que podem custar de R$ 80 a R$ 200 nas clínicas.
No consultório da dermatologista Eliandre Palermo, custam de R$ 300 a R$ 500. Ela estuda a carboxiterapia há dois anos, testa a injeção em biópsias e até em si.
"Sim, é eficaz. O que acontece é que o produto entrou para a medicina de forma excepcional, era feito em clínicas e, por isso, acabou se "queimando" antes de se provar sua validade."
O CO2, o mesmo eliminado na respiração, é injetado sob a pele e precisa ser "combatido" pelo organismo. Hemoglobinas carregadas de oxigênio se aproximam do tecido e oxigenam as células, para eliminar o gás.
Há aumento da circulação sanguínea no tecido, além da produção de colágeno. "Há uma redução clara da flacidez", diz Eliandre. O problema, para ela, ainda está na falta de um estudo científico que comprove a eficácia do produto, até então usado em tratamentos não estéticos, como o de úlceras.
Outra questão é a aplicação: "Não é fácil. O gás se difunde rápido. Tem uma penetração muito grande. Você aplica na coxa e ele já vai para a virilha. O médico precisa ser treinado".
Gracyanne recebe em casa a médica que faz suas aplicações.
Para a dermatologista Flávia Addor, a aplicação em casa "é, no mínimo, leviana". "Você pode ter infecção, processos inflamatórios. Fora de um ambiente com cuidados de higiene e de assepsia, é perigoso e leviano."
Apesar dos resultados positivos a curto prazo, ela alerta que "a celulite é multifatorial" e depende de outros cuidados. "No caso das rainhas, elas já cuidam do corpo, com personal, academia etc.", diz. "A carboxiterapia é um método invasivo, não isento de riscos e de acidentes."


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