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Musas do Carnaval aderem a injeções de CO2
Rainhas de bateria injetam gás carbônico contra celulite e flacidez; falta estudo sobre eficácia e risco, dizem médicos
AUDREY FURLANETO
DA SUCURSAL DO RIO
Gracyanne Barbosa, rainha
de bateria da Vila Isabel, já injetou gás carbônico na parte posterior das coxas e nas olheiras.
"Reduz medidas e rejuvenesce",
diz. Ela tem 25 anos. Renata
Santos, 28, rainha da Mangueira, estava com o abdômen roxo
por causa da aplicação. Thatiana Pagung, 29, da Mocidade,
também já usou o CO2.
Elas descobriram a carboxiterapia, injeção de gás carbônico sob a pele, para a redução de
medidas, celulite e flacidez em
clínicas estéticas do Rio. "O carbox é bom porque oxigena e tira
a celulite", diz Thatiana, que ganha as sessões, mas sabe que
podem custar de R$ 80 a R$
200 nas clínicas.
No consultório da dermatologista Eliandre Palermo, custam de R$ 300 a R$ 500. Ela estuda a carboxiterapia há dois
anos, testa a injeção em biópsias e até em si.
"Sim, é eficaz. O que acontece
é que o produto entrou para a
medicina de forma excepcional,
era feito em clínicas e, por isso,
acabou se "queimando" antes de
se provar sua validade."
O CO2, o mesmo eliminado
na respiração, é injetado sob a
pele e precisa ser "combatido"
pelo organismo. Hemoglobinas
carregadas de oxigênio se aproximam do tecido e oxigenam as
células, para eliminar o gás.
Há aumento da circulação
sanguínea no tecido, além da
produção de colágeno. "Há uma
redução clara da flacidez", diz
Eliandre. O problema, para ela,
ainda está na falta de um estudo
científico que comprove a eficácia do produto, até então usado
em tratamentos não estéticos,
como o de úlceras.
Outra questão é a aplicação:
"Não é fácil. O gás se difunde rápido. Tem uma penetração
muito grande. Você aplica na
coxa e ele já vai para a virilha. O
médico precisa ser treinado".
Gracyanne recebe em casa a
médica que faz suas aplicações.
Para a dermatologista Flávia
Addor, a aplicação em casa "é,
no mínimo, leviana". "Você pode ter infecção, processos inflamatórios. Fora de um ambiente
com cuidados de higiene e de
assepsia, é perigoso e leviano."
Apesar dos resultados positivos a curto prazo, ela alerta que
"a celulite é multifatorial" e depende de outros cuidados. "No
caso das rainhas, elas já cuidam
do corpo, com personal, academia etc.", diz. "A carboxiterapia
é um método invasivo, não
isento de riscos e de acidentes."
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