São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

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Construções do século 19 de Nova Friburgo resistem à catástrofe

LUISA BELCHIOR
ENVIADA ESPECIAL A NOVA FRIBURGO

Lado a lado com casas e prédios que ruíram com as enchentes e deslizamentos que atingiram Nova Friburgo, casarões e construções mais antigas -a maioria do século 19- passaram quase incólumes pela devastação.
O estilo e a característica das construções podem ter ajudado a sustentá-las.
Uma delas é a capela de Santo Antônio, uma igreja neoclássica construída em 1884. A construção, parte do patrimônio histórico do Estado do Rio, fica na praça do Suspiro, ao lado do teleférico, uma das regiões mais devastadas de Friburgo.
O interior da capela se encheu de troncos e entulhos, mas a estrutura do prédio não foi danificada, segundo o professor de arquitetura da UFRJ Francisco Veríssimo.
"Tudo depende muito da técnica construtiva. A dessa igreja, em pedra, resistiu enquanto tudo em volta ruiu. Essas construções são muito mais fortes que a arquitetura contemporânea", disse.
Perto da capela, o prédio do colégio Anchieta, que começou a funcionar em 1886, também ficou intacto. Tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, a construção permaneceu de pé, apesar de estar no pico de um morro.
Na praça Getúlio Vargas, a principal do centro, as enchentes não danificaram a igreja da Matriz e o colégio estadual Nova Friburgo, que fica em um prédio de estilo normando.
Antônio Pedrosa, especialista em grandes estruturas do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio), acredita que o tipo de construção, importado pelos suíços que colonizaram Friburgo, ajudou a manter algumas construções.
"Eles construíam pensando em intempéries como nevascas. Isso pode ter dado mais estabilidade", afirma.


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