São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

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HORTÊNCIA D'ASTI DE LIMA (1923-2011)

Defendeu os pensionistas da PM

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Hortência D'Asti de Lima costumava brincar que ela mesma era uma policial militar. Tinha motivos para tal: seu pai, Uladislau, foi militar da Força Pública, que encerrou a carreira como major.
No Cambuci, onde cresceu na região central de São Paulo, ela conheceu Edison de Lima, com quem se casou em 1947. A profissão dele: também militar da Força Pública.
Um dos filhos, Oswaldo, é advogado e oficial da reserva da PM. Ou seja, boa parte da família esteve ligada à corporação. Até o fim da vida, ela também iria dedicar todo o seu tempo a uma entidade relacionada à polícia militar.
Em 1979, ao perceber a situação precária em que viviam as viúvas dos PMs, ela decidiu fundar a União das Pensionistas da Caixa Beneficente da Polícia Militar de São Paulo, da qual foi presidente até a semana passada.
Ser solidária ela aprendeu ainda em casa: cuidou da avó, da mãe e do pai, em seus últimos dias. O mesmo aconteceu com o filho Osmar, que morreu aos 22, de diabetes.
Após a morte do filho, Hortência, que era viúva desde 1964, quando o marido foi vítima de um infarto, criou a entidade que hoje auxilia cerca de 4.000 viúvas e tem ainda 1.600 PMs associados.
Com frequência batia à porta de políticos. Antes, para receber a pensão, uma viúva de um PM precisava se vincular a um outro policial militar, que seria responsável por ela. Graças a sua luta, a exigência acabou extinta.
Na sexta, ela morreu aos 87, devido a problemas respiratórios. A missa do sétimo dia será hoje, às 19h30, na igreja São Cristóvão, na av. Tiradentes, 84, São Paulo.

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