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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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SEGURANÇA

Crime aconteceu em escola de Lorena (SP), após uma discussão em sala de aula; pai da vítima diz que processará o Estado

Aluno de 14 anos é assassinado por colega

MARIA TERESA MORAES
DA FOLHA VALE

Um pedaço de borracha atirado em uma discussão na sala de aula de uma escola estadual de Lorena (SP) provocou a morte, com um tiro na cabeça, de Wagner César Carvalho de Oliveira, 14, por seu colega de classe, A.L.F., 14, anteontem à tarde.
Os garotos, que, segundo a polícia, já tinham se desentendido anteriormente, cursavam o terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Professor Joaquim Ferreira Pedro. Cerca de 40 alunos da escola presenciaram o crime. Os dois brigaram no intervalo entre a primeira e a segunda aula.
Segundo a polícia, após a briga, A. teria pulado o muro da escola, pego um revólver com um amigo e voltado. Ao encontrar Wagner no corredor, atirou em sua cabeça. Wagner havia acabado de sair da sala da diretoria. Ele queria ser dispensado do restante das aulas, já que se sentira ameaçado.
O segurança Rogério César de Oliveira, 36, pai do adolescente assassinado, disse ontem que vai responsabilizar judicialmente o Estado pela morte de Wagner.
De acordo com ele, a direção da escola demorou cerca de uma hora para liberar o garoto depois que ele afirmou ter sido ameaçado pelo colega de classe.
Segundo Oliveira, antes de liberar o garoto, a direção da escola ligou para a mãe do adolescente, Ana Maria Carvalho Pinto, 31, para informar o ocorrido.
O dirigente regional de ensino de Lorena, Eduardo Ferreira de Castro, afirmou que os alunos menores da rede estadual só podem se ausentar das aulas com a autorização dos pais. O Estado instaurou uma sindicância administrativa para apurar o caso.
Segundo estudantes que não quiseram se identificar, os dois alunos não tinham um bom relacionamento, e A. já havia ameaçado matar Wagner anteriormente.
De acordo com o delegado Wilson Stevan de Moraes, A. confessou o crime na noite de anteontem e está sob custódia da Vara de Infância e Juventude de Lorena. Segundo ele, A. disse, em depoimento, que ficou escondido em um matagal na periferia até ser levado por seus pais à delegacia.


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