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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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Resultados devem demorar a aparecer

DA REPORTAGEM LOCAL

O programa do governo federal para tentar tirar jovens do tráfico de drogas é uma boa idéia, mas não deve conseguir resultados já.
Também é preciso atenção para que ele não se concentre apenas na distribuição de dinheiro, mas execute atividades sociais e recupere a dignidade dos jovens.
A psiquiatra Renata Cruz Soares de Azevedo, coordenadora do Laboratório de Substâncias Psicoativas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), diz que "a iniciativa é boa", mas deve demorar para mudar a situação.
"Quem está envolvido no crime é mais difícil de sair. Daqui a uns cinco anos, quando as crianças com oito anos virarem adolescentes, é que veremos resultados."
Guaracy Mingardi, pesquisador da ONU sobre crime e secretário da Segurança de Guarulhos (SP), que também aprova o projeto no geral, faz análise parecida. Ele ainda diz que a bolsa pode ser atrativa, mas precisa de complementos.
A assistente social Edna Belasco de Magalhães Arancibia, coordenadora do Programa de Participação Social e Comunitária da Universidade Anhembi Morumbi (São Paulo), destaca a importância das atividades paralelas.
"A proposta é importantíssima, mas os adolescentes têm de ser mantidos na escola, ter cursos profissionalizantes e acesso a esporte, lazer e cultura. É preciso investir no resgate deles."
A psicóloga Maria de Lourdes Trassi Teixeira, professora da PUC-SP com doutorado na área de adolescência e violência, afirma que o projeto não pode ser só avaliado pelo valor da bolsa. "Precisa ver o que mais ele oferece. É por aí que se vai garantir o interesse do jovem e dar a ele uma perspectiva de futuro."


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