São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2005

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Navegador escreve novo livro neste ano

Haroldo Palo Jr./Divulgação
Centenas de pingüins passeiam sob o sol nas temperaturas geladas do sul do oceano Atlântico


DA AGÊNCIA FOLHA, EM

SÃO FRANCISCO DO SUL

Navegador de primeira viagem em 1984 quando se lançou sozinho na travessia ao Atlântico Sul, em um barco a remo, Amyr Klink já passou 1.500 dias no mar (150 somente na Antártida).
Suas experiências têm sido relatadas em livro. Neste ano, o navegador pára para escrever mais um para a Companhia das Letras. Enquanto estiver em terra firme, ele tem planos de liberar o Paratii 2 para viagens turísticas e de prospecção científica à região antártica, como à Geórgia do Sul, que, acredita, em razão da beleza, vai virar pólo turístico em pouco tempo.(MT)

Folha - Você era arredio à parafernália da comunicação no barco. Continua?
Amyr Klink -
Não é que eu seja arredio. Gosto de tecnologia funcional. Uma das idéias que surgiram agora [na viagem] foi radicalizar com esse negócio de instrumentos. Um painel normal de um barco tem até 30 monitores [de orientação]. É ridículo. A gente não precisa disso. Basta um monitorzinho vagabundo, colorido, e todos os sensores e a inteligência atrás (...) A gente usa muito instrumento a bordo que acho burro. São os melhores que há, mas são meio idiotas.

Folha - Como você quer o Paratii?
Klink -
No futuro, o barco não vai ter essa parafernália de equipamentos. O Paratii terá a essência da simplicidade.

Folha - Mas dá para abrir mão da tecnologia em aventuras como a que você vive?
Klink -
Nunca abri mão da tecnologia. Gosto de provocar o pessoal, mas o Paratii 2 é um barco de tecnologia de ponta há anos...

Folha - O Paratii pára junto com você até o próximo ano?
Klink -
Minha preocupação é fazer ele viajar cada vez mais com pessoas não especializadas em navegação, mas nas suas áreas.

Folha - Então ele fica disponível?
Klink -
Só não quero fazer é o que os franceses fazem na Antártida, o frete com veleiro. Não gosto de ficar fazendo charter turístico. Não tenho paciência. Eles cobram por isso até US$ 30 mil por pessoa.

Folha - A sua atividade não é comum no Brasil. Corre em você o sangue viking (a mãe de Klink é sueca, o pai tem origem árabe)?
Klink -
Aprendi a navegar com os canoeiras de Parati [RJ, onde mora]. Minha mãe não entendia nada de barcos. Meu pai navegava tão bem quanto uma âncora.


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