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Câmara aprova Plano de Metas para prefeito
1º projeto de uma ONG a se tornar emenda à Lei Orgânica do Município, plano vale para o próximo prefeito
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O próximo prefeito de São
Paulo será obrigado a detalhar
com índices e prazos o quanto
pretende melhorar cada setor
da cidade. Isso porque os vereadores aprovaram ontem, por
unanimidade, o Plano de Metas, que obriga o eleito neste
ano a apresentar, até 90 dias
após a posse, metas quantitativas por áreas e subprefeituras.
O projeto, de autoria do Movimento Nossa São Paulo, é o
primeiro de uma ONG a se tornar emenda à Lei Orgânica do
Município e recebeu apoio tanto de governistas quanto da
oposição. Dos 55 vereadores,
apenas Agnaldo Timóteo (PR)
não compareceu para votar
-procurado, disse que participava de uma "solenidade", mas
não quis dizer qual.
Pelo Plano de Metas, a próxima gestão terá de divulgar por
semestre quais metas atingiu.
"Hoje, se perguntar para qualquer brasileiro qual é a meta do
prefeito ou do senador ou do
presidente, ele não sabe", diz
Oded Grajew, um dos coordenadores do Nossa São Paulo.
"Agora, ele [o prefeito eleito]
vai ter de mostrar os números.
Vai reduzir a mortalidade infantil? Em que índice? Melhorar a qualidade de ensino? A
mesma coisa", resume.
Cerca de cem pessoas aplaudiram de pé a aprovação. Integrantes da ONG Atletas Pela
Cidadania, entre eles Raí, Zetti,
Ana Moser, Ida e Hortência, foram apoiar a emenda. "As pessoas falam mal dos políticos,
mas nem sabem o que cobrar.
Agora vai ter exatamente o que
cobrar de cada ponto", diz Raí.
"Tem de mostrar para os políticos que o governo não é a casa-da-mãe-joana para cada um fazer o que quer", diz Hortência.
Durante a semana, a mobilização também foi grande. O
presidente da Bovespa, Raimundo Magliano, que também
faz parte da ONG, ligou pessoalmente para cada vereador.
Grajew conta que conversou
com os principais candidatos a
candidato a prefeito, o atual,
Gilberto Kassab (DEM), o ex-governador Geraldo Alckmin
(PSDB), a ministra Marta Suplicy (PT) e a vereadora Soninha (PPS). "Todos eles são inteligentes e apoiaram", diz.
O texto do Plano de Metas
não estabelece punição. Os líderes de bancada dizem que o
principal prejuízo a quem descumprir a emenda será político. "A sociedade agora vai ter
muito claro o que o prefeito fez
ou não", afirma o vereador
Francisco Chagas (PT).
Além disso, segundo ele,
qualquer cidadão pode fazer
uma representação contra um
prefeito no Ministério Público
caso ele não cumpra uma lei.
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