São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

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RELATÓRIO DA ONU

Na América do Sul, Brasil lidera consumo de derivados de ópio

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O Brasil é o país da América do Sul com maior consumo de derivados de ópio, segundo relatório sobre drogas da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, da ONU (Organização das Nações Unidas), divulgado ontem. O consumo dessa substância por brasileiros é 66,6% superior à média da região e 25% à do mundo.
Segundo o documento, o uso de drogas oriundas do ópio, em 2007, foi de 0,5% da população no Brasil, contra 0,3% da média da região.
A maior parte é de medicamentos desviados de origens lícitas, hospitais e clínicas, embora inclua heroína. Médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem são os usuários mais comuns, segundo o Nepad/Uerj (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas).
A diretora do Nepad, Maria Thereza de Aquino, atende a dois dependentes de opioides por dia, todos da área de Saúde: "Eles caem no estacionamento, "apagam" em cima de pacientes. Alguns falsificam diagnósticos de para tomar remédios".
O secretário nacional de políticas sobre drogas, Paulo Uchôa, disse que "o Brasil está atento ao problema e apertando a fiscalização".
No consumo mundial de estimulantes -usados como inibidores de apetite, para emagrecer-, o país é o segundo maior consumidor, atrás só da Argentina. Juntos, Brasil, Argentina e Estados Unidos respondem por 78% do consumo mundial.
O país aparece como rota alternativa do tráfico de cocaína em direção à Europa e aos EUA. "Temos 9.100 km de fronteira com os três maiores produtores mundiais de cocaína [Colômbia, Bolívia e Peru]", diz Uchôa.
O relatório enaltece o programa de prevenção de HIV/Aids do país; a contaminação da doença pelo uso de drogas injetáveis caiu 60,6% entre homens e 72% entre mulheres, entre 1996 e 2006.


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