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RELATÓRIO DA ONU
Na América do Sul, Brasil lidera consumo de derivados de ópio
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O Brasil é o país da América do Sul com maior consumo de derivados de ópio, segundo relatório sobre drogas
da Junta Internacional de
Fiscalização de Entorpecentes, da ONU (Organização
das Nações Unidas), divulgado ontem. O consumo dessa
substância por brasileiros é
66,6% superior à média da
região e 25% à do mundo.
Segundo o documento, o
uso de drogas oriundas do
ópio, em 2007, foi de 0,5% da
população no Brasil, contra
0,3% da média da região.
A maior parte é de medicamentos desviados de origens
lícitas, hospitais e clínicas,
embora inclua heroína. Médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem são os
usuários mais comuns, segundo o Nepad/Uerj (Núcleo
de Estudos e Pesquisas em
Atenção ao Uso de Drogas).
A diretora do Nepad, Maria Thereza de Aquino, atende a dois dependentes de
opioides por dia, todos da
área de Saúde: "Eles caem no
estacionamento, "apagam"
em cima de pacientes. Alguns falsificam diagnósticos
de para tomar remédios".
O secretário nacional de
políticas sobre drogas, Paulo
Uchôa, disse que "o Brasil está atento ao problema e apertando a fiscalização".
No consumo mundial de
estimulantes -usados como
inibidores de apetite, para
emagrecer-, o país é o segundo maior consumidor,
atrás só da Argentina. Juntos, Brasil, Argentina e Estados Unidos respondem por
78% do consumo mundial.
O país aparece como rota
alternativa do tráfico de cocaína em direção à Europa e
aos EUA. "Temos 9.100 km
de fronteira com os três
maiores produtores mundiais de cocaína [Colômbia,
Bolívia e Peru]", diz Uchôa.
O relatório enaltece o programa de prevenção de
HIV/Aids do país; a contaminação da doença pelo uso de
drogas injetáveis caiu 60,6%
entre homens e 72% entre
mulheres, entre 1996 e 2006.
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