FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, está presente em 150 dos 184 municípios de Pernambuco. A informação é da coordenadora do Programa de Combate à Dengue no Estado, Vânia Benigno.
A situação, disse ela, é mais grave na região metropolitana de Recife, na Zona da Mata e em Caruaru -localizada no agreste do Estado.
Nessas áreas circulam dois tipos de vírus, o que aumenta a possibilidade de ocorrer surtos de dengue hemorrágica, a forma mais grave e mortal da doença.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, este ano já foram notificados 986 casos de dengue ``clássica'' (não-hemorrágica) no Estado. Desses, 686 foram confirmados.
Dois casos suspeitos de dengue hemorrágica também foram registrados esta semana, em Recife. Os dois pacientes morreram.
Apesar de a situação ser considerada ``crítica'', segundo Benigno, o órgão ainda não recebeu este ano nenhum recurso para combater o mosquito.
Segundo a coordenadora, o Estado dispõe hoje de apenas 20% da mão-de-obra que necessitaria para atuar de forma eficaz contra a propagação do inseto. A quantidade de equipamentos também é insuficiente. Dos 20 veículos para pulverização de inseticida do Estado, dez estão quebrados.
Para desenvolver ações emergenciais de combate à doença até o final deste ano, Benigno disse que o Estado tenta firmar um convênio no valor de R$ 600 mil com o governo federal.
Com a chegada do ``inverno'' -período de chuvas no Nordeste, de abril a julho-, ela estima que o número de casos de dengue possa aumentar até 50%, já que ele usa a água para se desenvolver.
Em Fortaleza, a Fundação Nacional de Saúde já identificou pelos menos 26 bairros de Fortaleza com focos do mosquito Aedes taeinorhynchus, da mesma família do Aedes aegypti, mas que não transmite a dengue. Anteontem, a Universidade de Fortaleza suspendeu suas aulas devido a um ataque dos mosquitos. Creches e igrejas também deixaram de funcionar pelo mesmo motivo.

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