DA REPORTAGEM LOCAL

Aproveitando a inauguração da nova calha do rio Tietê -obra tocada pelo governo do Estado-, o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), anunciou ontem a construção de duas novas pistas nas marginais, algo que cogita desde 2005. "Esse projeto está em pleno andamento", disse ele, citando ainda planos de refazer as alças da via neste semestre.
Diferentemente do discurso até então predominante na gestão tucana, que tratava a obra como uma idéia em estudo, Serra falou ontem como se ela fosse algo consolidado. Segundo ele, as duas novas pistas, uma de cada lado da marginal, terão pedágio e não vão diminuir os espaços das faixas atuais, que não terão a cobrança.
"Eu acho que não tem lugar, mas todo mundo garante que há espaço para fazer uma pista com poucas desapropriações", afirmou. As obras, segundo ele, serão feitas com a ajuda do Estado.
Em viagem aos EUA em 2006, Serra levou a proposta ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). A gestão Pitta teve projeto parecido nos anos 90.
Se o governador Geraldo Alckmin valorizou a conclusão da calha, o prefeito deu ênfase ao recapeamento.
"Na marginal Tietê, já investimos R$ 6 milhões nos pontos críticos de recapeamento e estamos planejando, ainda para este semestre, refazer todas as alças", disse, ressalvando que suas prioridades são educação e saúde.
"O recapeamento não é a coisa mais importante que a prefeitura está fazendo, mas, sem dúvida, é o que mais chama a atenção." "Não estamos fazendo porque é visível, mas porque é um bem público indivisível."
José Serra afirmou que o governo do Estado ainda deverá investir mais recursos na recuperação do asfalto das vias, além dos R$ 30 milhões já licitados.
O prefeito, que nadava no rio "barrento" na juventude -e, às vezes, encontrava um "cavalo morto" boiando nas águas-, disse que o saneamento do rio não ficará na memória. "Essas obras, no futuro, provavelmente serão esquecidas, como foram a do Tâmisa e a do Sena. São obras que vão ficar incorporadas à paisagem urbana de São Paulo."
(SIMONE HARNIK)


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